Reportagem


Live Low + Bloom

A música portuguesa continua na sua excelente aura de crescimento.

MusicBox

25/10/2016


A passada noite de 25 de Outubro coincidiu com a segunda sessão do festival Jameson Urban Routes a acontecer no MusicBox, bem no centro da rua cor de rosa do Cais do Sodré. A sonorização da noite estava deixada a cargo dos Live Low e dos Bloom, projectos compostos por membros de outras conhecidas bandas e que subiam ao palco para mostrar os respectivos álbuns de estreia.

Bem cedo, por volta das 21h30, os sons dos sintetizadores bem potentes de Live Low começaram a fazer-se ecoar na sala que, apesar de na altura ainda estar pouco composta, se previa que fosse enchendo com o avançar da noite. A aura sonora que o projecto tem demonstrava de forma consistente que consegue ser bem replicada ao vivo e de também nesse tipo de situações levar os ouvintes para uma qualquer dimensão paralela.

As presenças em palco e a contribuição de cada instrumento em cada música também foram durante todo o concerto bem geridas, não havendo a estrita obrigação de todos os instrumentos participarem em todas as músicas e, como resultado disso, por vezes alguns dos músicos acabarem mesmo por sair ou entrar em cena durante os temas em que não participavam.

O alinhamento do álbum assentou essencialmente em “Toada“, álbum que apresentavam, com destaque para grandes performances vocais em “Deus Te Salve Ó Rosa”, “O Sol” ou na versão de Fausto de “Lembra-me Um Sonho Lindo”; na aura de sintetizadores de “Os Borracheiros” ou na misteriosa mistura de sons e “sonzinhos” de  “Virtudes”.

Acabado que estava o concerto dos Live Low com uma grande performance da já referida “Deus Te Salve Ó Rosa”, era a vez do novo projecto de JP Simões, que junta também os membros de Memória de Peixe, subir ao palco. A sala essa também já se encontrava bem mais composta, o que era mais que merecido pelo que ali se fazia ouvir.

Os Bloom estavam a apresentar o seu primeiro álbum “Tremble like a Flower“, e mostraram das mais variadas formas ser bastante eclécticos tanto em termos musicais como na sua performance, com uma mistura por vezes de elementos mais influenciados com jazz com sons mais electrónicos ou mais rock, uma disposição em palco fora do normal (em que o cantor JP Simões aparecia sentado num dos lados do palco virado para o centro deste) e com vídeos da banda a tocar tanto no fundo como nas paredes laterais da “nave central” do MusicBox.

Uma noite de apresentação de novos projectos nacionais que provam que a música portuguesa continua na sua excelente aura de crescimento e se começa a tornar ainda mais madura, interessante e sem medo de arriscar por mundos até então mais desconhecidos. Esperemos que assim continue.


sobre o autor

Joao Neves

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