Porto/Post/Doc 2015

À segunda edição, o festival de cinema Porto/Post/Doc afirmou-se como o mais importante festival de cinema da cidade invicta. Sim, podem esquecer o Fantasporto que depois da época de ouro só se envergonha por existir e permanecer em constante auto-comiseração pela falta de apoios públicos.

Durante uma semana, o Porto/Post/Doc levou curtas e longas-metragens ao grande público: 8.000 espectadores dividiram-se entre o  Teatro Rivoli, o Cinema Passos Manuel e o espaço cultural Maus Hábitos. A programação diversificou-se também, e para além da secção de competição (Behemoth, Exotica, Erotica, Etc., e Coming of Age foram os grandes premiados) , vimos cinema de moda e de música, o cinema africano e interventivo de Lionel Rogosin, a inovação cinematográfica do realizador Thom Andersen e o olhar de Chantal Akerman sobre o mundo, e sobre isto tudo houve ainda tempo para o debate e troca de ideias no Fórum do Real e nas sessões Cinema Falado.

O Porto/Posto/Doc é, acima de tudo, um bom exemplo de criação de público. Se em 2013 achávamos que não havia procura de cinema documental no Porto, apesar do sucesso do DOCLisboa, em 2015 estamos seguros do oposto, que as narrativas da realidade encantam quase tanto como a ficção.

Para 2016 já está marcado o regresso, entre 26 de Novembro e 4 de Dezembro. Sobre a edição agora terminada, aconselho o visionamento desta minha selecção de filmes exibidos:

– The Wolfpack sobre os irmãos que conheceram o mundo pelo Cinema
– Iris, a ícone de moda que se revelou aos 80 anos
– Don’t Think I’ve Forgotten: Cambodia’s Lost Rock & Roll
– Under The Influence, protagonizado pelos Rolling Stones
– Come Back, Africa, o olhar de Lionel Rogosin sobre o Apartheid
– Cartel Land, um retrato sobre a war on drugs na fronta EUA/México
– A Glória de Fazer Cinema em Portugal, sobre a incursão de José Régio no Cinema
– A Causa e a Sombra, um relato sobre o revolucionário Alípio de Freitas