Reportagem


Oathbreaker + Wife

Assim que haja oportunidade, voltarão para partilhar mais momentos intensos e ritualistas.

Cave 45

27/11/2016


A Amplificasom despediu-se dos palcos em 2016 com uma noite em que fez regressar dois nomes que deixaram saudades nas mais recentes passagens por cá. Oathbreaker e Wife.

O encontro foi marcado num novo local para os convidados, o Cave 45, e quando lá chegamos já se encontravam dezenas de pessoas à porta, ávidas de representar o papel de anfitrião como tão bem o sabem fazer. Descemos até à cave do Cave, passe o pleonasmo, e procuramos um lugar bem junto ao palco, onde já se encontrava, à nossa espera, James Kelly.

Acompanhado apenas pelo hardware que lhe permite reproduzir a música que faz enquanto Wife, o irlandês que também acumulava funções nos Altar Of Plagues – e muito provavelmente por causa disso – tocou para uma audiência bastante familiarizada com o projeto. Durante o concerto ouviu-se Eletrónica, Glitch e UK Bass, numa atuação que teve em “Glass Interruption” do recente Standard Nature o seu ponto alto.

Mal James Kelly terminou, assistiu-se a uma avalanche de pessoas para junto do palco, não arredando pé até que tudo estivesse pronto para o concerto mais esperado, o dos Oathbreaker.

Os belgas são um nome em ascensão no universo da música pesada alternativa e por isso mesmo regressam apenas três meses depois terem tocado na edição deste ano do Amplifest. Pelo meio editaram o terceiro disco de originais e surpreenderam quase todos. A notória mudança sonora que Rheia enceta, tal como o orgulho que o quinteto nele sente, evidencia-se no espetáculo centrado exclusivamente em faixas do mesmo. No final houve “Glimpse Of The Unseen” do primeiro disco, Mælstrøm.

Mas voltemos ao início, que foi a capella, com “10:56”. É em momentos como aquele que a voz de Caro Tanghe, o trunfo da banda, tem oportunidade de brilhar mais intensamente, surpreendendo até pela sua capacidade melódica. No seguimento, notaram-se alguns problemas com o som nas primeiras músicas, “Second Son Of R” e “Where I Live”, que foram corrigidos e não comprometeram a atuação em crescendo até ao fim.

Os convidados, pela voz de Caro, expressaram o quanto gostaram da experiência e dos anfitriões, sendo certo que, assim que haja oportunidade, voltarão para partilhar mais momentos intensos e ritualistas, como muito bem mostram ser capazes estes belgas.

Galeria


(Fotos por Cláudia Andrade)

sobre o autor

Carlos Vieira Pinto

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