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É oficial, caros amigos. Perdeu-se a vergonha no português. Não, não falamos de bigodes. Queremos, isso sim, sublinhar que finalmente acabámos com o complexo em titular temas e cantá-los na nossa língua. Não que eu seja um cavaleiro andante defensor da língua portuguesa acima de tudo e contra o acordo ortográfico. Isso é para a tropa do Sam The Kid. Mas convenhamos que os Sensible Soccers querem (e vão) conquistar o Mundo com um tema chamado “Sofrendo Por Você” e os Paus vão só ali a Itália gritar que os temos pela garganta. É assim, são outros tempos. Melhores? Quase de certeza. Os ALF seguem essa linha.
O mais recente registo deste coletivo de guitarras numa era que, como já disse, é pouco amiga do machado de 6 cordas, está longe de ser genial e inovador, mas nunca deixa de merecer a nossa atenção. Piscam o olho a várias coisas. Mas talvez possamos dizer que ouviram muito Radiohead e encontraram nos mais recentes The Horrors um porto de abrigo para o crescimento difícil que é o do século XXI.
Entrar a abrir com Pulmão Rasgado fez pensar que esta seria uma meia-hora pesada. Mas não, o trabalho dos ALF tem até mais pontos de introspeção do que convites para headbanger. Sobreiro Velho ou Revolver são exemplo do melhor que este grupo tem: equilíbrio entre o acelerar e o dizer “Calma, amigos, vamos respirar um bocadinho”. E isto não é mau, fazem-no até muito bem.
O melhor tema deste registo está no fim. Ferida só tem mesmo um problema: a letra. Se o tema escolhido pelos ALF é o amor moderno (sim, esse que estão a pensar), a abordagem escolhida nesta canção não foi a melhor. Mas é como tudo. E nota-se que para além de apetrecharem bem o seu som, os ALF gastam algum tempo a escrever. E isso tem valor.
Dificilmente os ALF vão ser os cabecilhas na forma de pensar dos portugueses sobre a sua música. Mas este trabalho dá-nos vontade de ouvir mais. Perda de tempo? Não, nem pensar.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)