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Os “Supergrupos” são sempre aquela situação complicada. Causam muito alarido ao seu primeiro anúncio, porque podem juntar nomes de bandas com fãs em comum, que explodem de euforia ao receber a notícia de ver uns quantos ídolos a trabalhar juntos. Mas depois têm a árdua tarefa de apresentar algo novo, que não soe a uma das bandas integrantes a fazer tributo a outra lá presente.
No caso dos AxeWound faz-se uma junção interessante e não tão provável, juntando membros dos Cancer Bats, Bullet for My Valentine, Glamour of the Kill, Rise to Remain e Pitchshifter, sendo as principais estrelas Liam Cormier, vocalista dos Cancer Bats e Matt Tuck, vocalista e guitarrista dos Bullet for My Valentine. E é nessas duas bandas que se forma a principal base para os AxeWound: soa a algo como o fruto de um acasalamento entre esses dois grupos, com riffs mais thrash.
Era previsível, uma junção natural entre duas vozes pertencentes às caras que melhor reconhecemos do grupo. Liam leva nas algibeiras a agressividade Hardcore/Metalcore dos seus Cancer Bats e alterna-a com a parte melódica – alguns até podem entender “melosa” – que Matt torna notável nos Bullet for My Valentine. E é basicamente isso, não se esticam muito mais para além daí, há pouco risco, há pouca aventura e, se procurarem esses factores e essas bandas não vos disserem muito, nem grande interesse sequer há.
O que se pode considerar um pouco mais variado é a instrumentalização que soa mais pesada que a habitual de ambos os grupos, mas nem por isso se afasta assim tanto das suas zonas de conforto. Há bons riffs, isso é certo, e servem como alicerce para boas malhas com sangue de thrash ou groove metal, e para ter a certeza que também puxam um bom solo na faixa-título de abertura, integram os talentos de Synyster Gates – que, como integrante dos Avenged Sevenfold, justifica ainda mais o quão apelativo isto pode ser para a demografia juvenil.
Não é um mau álbum, nem quero dar a entender isso em nenhuma passagem deste texto. E para quem procurar aqui exactamente aquilo que isto apresenta, há muito para aproveitar: faixas bem agressivas e hostis que suscitem uma descarga enérgica do ouvinte, como são o caso de “Post Apocalyptic Party”, “Victim of the System” ou a conclusiva “Church of Nothing”; melodias de entranhar no ouvido imediatamente, graças à participação mais egocêntrica de Matt Tuck, como em “Cold”, “Exorchrist” ou “Collide”, esta com um tom suficientemente baladesco para constar no repertório dos Bullet for My Valentine – e que pode fazer ranger alguns dentes, já a começar pela letra. Malhas e melodias, não tem mais que isso, mas duvido muito que quem salivava por este disco esperasse mais.
A não ser que eles ainda queiram continuar a insistir neste projecto e levá-lo a sério no futuro, nem que seja para o despacho das composições “demasiado violentas para ser dos Bullet for My Valentine e demasiado melódicas para ser dos Cancer Bats”… Não vejo isto a ser assim muito lembrado ou citado no futuro. Mas de resto, é simplesmente um disco feito por um grupo de amigos a divertir-se em estúdio com a intenção de tentar fazer o ouvinte divertir-se tanto como eles. E com certeza que sucederam em imensos casos.