Black Rebel Motorcycle Club

Specter At The Feast
2013 | Vagrant Records | Rock

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Sob o espectro omnipresente da morte do pai de Robert Levon Been e engenheiro de som da banda, os Black Rebel Motorcycle Club enveredam soturnamente ao seu sétimo álbum por um caminho que o registo anterior, Beat The Devils Tattoo, não fazia adivinhar. O resultado é a morbidez depressiva que coloca “Specter At The Feast” na categoria muito sui generis de rock & roll sorumbático.

Lacónico, soçobra e indulta-se, não raras vezes, na comiseração de si mesmo e coloca-se, desnecessariamente, na fronteira ténue do bom gosto e da “choraminguice”. Apesar de alguns momentos redentores, em que impera o rock&roll que os BRMC apregoavam querer salvar (veja-se Rival e Teenage Disease), o que se torna ostensivamente aparente é o desnorte e incoerência de Specter At The Feast, que ora soa a U2, como em “Returning” e “Lose Yourself”, ora a Beatles, na por demais reminiscente de “Blackbird”, “Lullaby”, e ainda à folk de Bob Dylan em “The Knife”. Nada que sugerisse qualquer tipo de desaire, é certo, mas a franca falta de energia faz-nos questionar estas opções estéticas.

Specter At The Feast não é um álbum capaz de criar grande empatia à primeira audição – e provavelmente nem à quarta – porque se envolve num ambiente demasiado pesado e sequestra-nos para o papel de carpideiras que não somos capazes encarnar por vicissitude de um ímpeto que nunca se chega a criar com as oscilações e mudanças de direcção ao longo da sua tracklist. As canções caiem vítimas do próprio contexto que ajudam a criar e fazem de Specter At The Feast, quando considerado no seu todo, o mais perto de um tiro ao lado que os Black Rebel Motorcycle Club já estiveram.


sobre o autor

Jorge De Almeida

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