//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
Depois do bem sucedido Infestissumam, o segundo álbum desta banda sueca que foi parar às bocas do mundo, chega-nos o terceiro álbum, Meliora.
A banda que surgiu em 2008 não dispensa a teatralidade e polémica. Em Junho passado, “despediu” o vocalista, Papa Emeritus II, durante um concerto em Linköping para apresentar o seu sucessor, Papa Emeritus III. O nome Meliora, vem do Latim e significa “a busca por algo melhor”. De facto, isso aconteceu com este disco, que se torna mais completo e uma evolução clara em comparação com o seu antecessor.
O álbum arranca com “Spirit”, que se inicia com sintetizadores alienígenas, seguidos por uma avalanche de bateria. As palavras “Spirit / Absent” jogadas como cartas moldam o curto refrão. Segue-lhe “From the Pinnacle to the Pit”, um conjunto obscuro de vozes sobrepostas e com uma linha de baixo soturna.
“Cirice”, o primeiro single do álbum, e que já tem um vídeo fresquinho a rodar por aí, tem um instrumental forte e relembra algures um pouco de Metallica nos anos bons. A voz límpida vem adornar a sonoridade, dando lugar para um momento inesperadamente calmo e com direito a som de piano, como se uma mini-balada tivesse sido posta ali pelo meio. No entanto, é sem sobra de dúvida, uma das faixas mais relevantes do álbum e o título de single faz todo o sentido. “Spöksonat” vem quebrar um pouco o ambiente “cheio” de variadíssimos instrumentos e transporta-nos para um estado de acalmia que dura apenas cerca de 50 segundos bem distribuídos pela melodia cautelosa da harpa.
“He Is” vem, de certa forma, prolongar por mais um pouco esse instante de contemplação. Este é um daqueles temas que veste a pele de hino. Bastante melódico e rock claramente daquele que enche estádios de futebol. Não há muito mistério. Tem versos em italiano e é uma canção puramente rock, orelhuda e radiofónica.
Já na seguinte, “Mummy Dust”, o caso muda de figura. Voz sussurrada, riffs de heavy-metal e um ambiente sombrio sem muitos artifícios enquanto ouvimos “In God you trust”. Um toque aqui e ali de piano torna a coisa deliciosa. O solo de guitarra à Danzig torna tudo ainda melhor, assim como o coro de vozes líricas e a estrutura sinfónica presente.
“Majesty”, é um dos novos temas que a banda já tocou em concertos ao vivo, inclusive com o novo Papa. Tem um cheiro a hard-rock, claramente a la Deep Purple ou Black Sabbath. Posteriormente, “Devil Church”, sendo literal, começa com um orgão “de missa” acompanhado por um coro de vozes e salientando mais uma vez toda a vibe de prog-rock dos anos 70 que envolve o registo.
“Absolution” é um tema puro de heavy-metal, com tempo para um refrão extremamente harmonioso, mais uma vez remetendo para uma era de rock psicadélico. Fora o refrão onde a voz nos dita “You’ll be down on your knees and you’ll cry/Cry for absolution”, todo o restante instrumental apela a um lado diabólico, até desembocar num crescendo com um solo de guitarra e virtuosas harmonias.
“Deus in Absentia” é um prenúncio. “The world is on fire/And you are here to stay and burn with me” é um dos versos que nos fica com o culminar do registo, uma jornada em que cada canção arquitecta uma história. Mais uma vez, os coros galvanizantes marcam o fim da corrida instrumental para fechar com chave-de-ouro este ciclo de 10 faixas proféticas.
Após um segundo álbum que catapultou os Ghost para um patamar de respeito, Meliora vem consolidar o percurso da banda, mostrando-se um trabalho mais coeso e rico. Os detalhes não são descurados e musicalmente não nos cansa. Em cada recanto de cada canção há um pormenor que não foi deixado ao acaso e cada som que ouvimos tem a sua entrada bem planeada.