Godspeed You! Black Emperor

Allelujah! Don’t Bend! Ascend!
2012 | Constellation Records | Post-Rock

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Os canadianos Godspeed You! Black Emperor (ou GY!BE) estão de volta aos discos. A banda do Quebec lança o primeiro registo de estúdio em 10 anos, quarto álbum e  sucessor de Yanqui U.X.O., de 2002. Depois de um hiatus que começou em 2003, e só terminou com o regresso aos palcos, em 2010, Allelujah! Don’t Bend! Ascend! vem provar que esta banda mítica do post-rock está bem de saúde, e 18 anos de existência não serão, certamente, um peso nos ombros. O disco está dividido em 4 faixas, duas de aproximadamente 20 minutos, e outras duas de 6 e 8 minutos. Algo a que, de resto, já estamos habituados quando ouvimos algo de GY!BE, temas longos e intensos.

A primeira “Mladic”, começa calmamente por desfilar uma sinfonia de gaita de foles, e tem as únicas partes de diálogo existentes no álbum, com a repetição da frase “With his arms outstretched”. Cresce gradualmente, compondo um mood intenso e sombrio, como se desenhasse sonoramente um ritual. Sensivelmente a meio, o ritmo agarra toda uma velocidade, que nos transporta para danças arábicas, misturadas com distorção e uma bateria sempre enérgica.

“Their Helicopters Sing” é um tema mais ambiental, pausado e com violinos crepitantes que se entrelaçam. Zumbidos e uma panóplia de sons para o final, numa atmosfera misteriosa. A seguinte, “We Drifted Like Worried Fire” está repartida por vários ambientes. Há um belo trabalho de violino, imbuído numa torrente dramática e ainda assim épica e vitoriosa. Há toda uma paz que se transforma em explosão e vice-versa, e essa dualidade é a beleza não só desta faixa, como de todo o álbum.

Para finalizar, “Strung Like Lights…” é uma parede de som, que vai crescendo lentamente. Negro, este tema assemelha-se à segunda faixa, também ela mais curta. São pequenas passagens que nos deixam embrenhados pela melancolia e frieza, e não têm a mesma diversidade que as faixas mais longas nos oferecem.

Este disco é uma história. Não tem voz, mas podemos imaginar cenários e tramas, a partir de todos estes sons. A adição de força, ou a antagonia dela transformam estas músicas em pequenos livros, cada um com o seu enredo, princípio, meio e fim.


sobre o autor

Andreia Vieira da Silva

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