Gojira

L’Enfant Sauvage
2012 | Roadrunner Records | Metal

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O ano parece estar a ser muito agradável no que toca a novos álbuns, especialmente na vertente metaleira. Os franceses Gojira, assinam um dos melhores registos do ano, no panorama da música pesada, com L’Enfant Sauvage, lançado em Junho passado.

“Explosia”, explode em vários estilhaços de som, numa linha de guitarra labiríntica. É uma forma arrebatadora de começar o álbum, com esta que é uma das mais fortes amostras.
“L´Enfant Sauvage”, a seguinte, é mais carregada, tem uma voz mais sôfrega, e um ritmo mais pausado. No entanto, pontualmente levanta-se em foguetes de acordes, sendo um dos pontos altos de todo o registo.

“Planned Obsolescence” é uma martelada de peso fulgurante, carregada de uma irrepreensível força de bateria orquestrada pelo irmão do vocalista, Mario Duplantier. Vários são os momentos altos da própria música, desde os blast beats irrequietos, a uma voz potentíssima de Joe Duplantier.

“The Gift of Guilt” é outro ponto forte de “L’Enfant Sauvage”, com riff’s contagiantes, que nos lembram o acelerar de uma mota a grande velocidade. É uma canção mais orelhuda, mas que não deixa de ser uma das mais agressivas, acabando em glória.
“Pain is a Master” é outra. É de pasmar como tanta garra e impacto podem caber numa canção só. Guitarras que nos dão a volta à cabeça, e especialmente naquela intro, sentimos tudo o que Gojira é neste momento. Uma banda preenchida de vitalidade, talento, agressividade e competência. “Born in Winter” puxa mais para o lado melancólico, assim como a sua sucessora e a chave de ouro com que se fecha este álbum, “The Fall”, que cantada como se fosse um hino, emancipa a voz de Joe Duplantier. É o último tema do álbum, e é mais cru, mais lento. A voz de Duplantier tem umas pequenas ajudas que a tornam mais poderosa. No entanto, calmamente demonstra que nem só de guturais vive uma banda de death-metal progressivo, e prova que sabe canalizar bem e melodicamente a voz, sem ser apenas nessa vertente mais “in your face”.

Não há como nos aborrecermos com este trabalho, que até à data parece ser um dos mais consistentes álbuns de death-metal progressivo, e do ano, falando em termos gerais, dentro da vertente mais pesada da música. Uma prova que esta banda de França cresce a olhos vistos, e destaca-se das outras comparsas que também são relativamente recentes.


sobre o autor

Andreia Vieira da Silva

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