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E se quiséssemos fazer uma lista de todas as pessoas que nos inspiraram a ser o que somos hoje em dia… seria possível condensar essas pessoas em dois minutos de leitura corrida? John Newman tentou, e decidiu listar as suas influências musicais e prestar-lhes o seu tributo. A lista é extensa, curiosa e algo pretensiosa em alguns nomes: Jay Z, The Strokes, Radiohead, 2 Pac, David Bowie, The Beatles, Marvin Gaye, e até o rei Elvis cabem no tributo do inglês que parece ter juntado todos os nomes de artistas que conseguiram ter grandes sucessos radiofónicos no passado, e ter-se inspirado para tentar fazer precisamente o mesmo.
E o certo é que todos os que foram a uma loja, um hipermercado, ouviram rádio no carro, ligaram a tv ou ouviram música no spotify nos últimos meses, já terão ouvido a voz rouca de Newman a perguntar “Can you love me again!?”. Os quase 50 milhões de visualizações do vídeo no Youtube não deixam dúvidas: “Love me Again” é um super êxito planetário, e a concretização do sonho por parte do jovem inglês.
Este seu “Tribute” é pensado para ir de encontro aos cânones da pop: começa com a faixa homónima, onde ouvimos o desenrolar de personalidades de que já falamos, seguido do hit-single “Love me Again”, e logo aí cativa à primeira audição por estarmos em terreno familiar. Destaques para “Try” e “Out of my head”, uma balada forte onde o poder vocal de Newman brilha mais intensamente, até chegar mais um single: “Cheating”, é a faixa que procura consolidar o lugar do músico nos tops de airplay, e reforçar a onda dançável dos seus temas.
“Gold Dust” tem uma vibe diferente do estilo demasiado rígido das restantes faixas, e um toque de soul agradável, sendo um dos melhores apontamentos do disco, a par de “Nothing”, um dos três temas extra da versão deluxe de Tribute, que apesar da carga lamechas, consegue mostrar que há espaço para Newman crescer em terrenos ligados ao R&B e ao funk mais popular.
A herança de vozes britânicas com um timbre inconfundível é pesada. Os recentes casos de Adele e Amy Winehouse, são um bom exemplo de como a mistura das métricas pop com uma pitada de jazz/soul/r&b servem de base perfeita para a ascensão meteórica de cantores com uma sonoridade muito vincada. John Newman não tem a voz mais doce e melódica do mundo da pop, mas é precisamente a fusão entre a rouquidão e a pujança que fazem do inglês um dos jovens a seguir com alguma atenção.
Não se esperam hinos pop, baladas perfeitas ou trechos de jazz muito refinados, mas espera-se que haja inspiração para mais singles orelhudos, que entretenham as manhãs no trânsito, as horas nas compras ou os momentos de tv mais descontraídos. Se conseguir libertar-se das fórmulas demasiado rígidas que usou para este Tribute, John Newman poderá fazer valer a sua voz e vingar como um valor seguro na pop mundial.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)