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O álbum de estreia desta cantora neo-zelandesa de apenas 21 anos de idade, Vows, foi lançado o ano passado, depois de um muito bem recebido aperitivo intitulado “Settle Down”, em 2010, que levou alguns críticos a comparem este espírito musical electrificante a uma já boa referência, Florence Welch, e, o que será um elogio bem maior, a ícones como Björk e Nina Simone.
Este ano, Gotye, tomou de assalto tudo o que é rádio por todo o mundo com uma voz que se faz muito bem passar pela de Sting (levou muita gente a andar enganada durante algum tempo), com o tema “Somebody That I Used to Know”, onde Kimbra faz uma “perninha”. Não só se lançou para o estrelato, como revelou ao mundo esta bela voz feminina, para os que andavam mais distraídos.
Falando do álbum em concreto, este abre com, precisamente, “Settle Down”, um tema que conjuga a vertente electrónica, com uma voz melosa e “r&b-esca” por parte de Kimbra. Cativa pela facilidade com que nos entrosamos na letra, e pela sua simplicidade. Catchy e orelhuda, traz-nos água na boca em relação ao que vem a seguir. Em “Plain Gold Ring”, temos uma intro com uma voz totalmente limpa, sem instrumentos de fundo. A adição de elementos começa gradualmente. Sempre em batida calma, a voz é o elemento arrebatador. A chegada de coros que lhe incutem ênfase é crucial, e a canção adquire ainda mais dimensão, mas sempre em modo calmo, que nos faz julgar, se fecharmos os olhos, que estamos no meio de um ritual.
A seguinte, “Call Me”, altera completamente o ambiente, e lembra-nos artistas de R&B dos anos 90, e se não soubéssemos que este álbum é do ano passado, isto poderia bem passar por uma música dessa época. Novamente, na música seguinte, “Limbo”, temos uma sonoridade completamente diferente. Pode-se assemelhar mais a uma M.I.A e uns Battles. É um som muito electrificante, e faz-me querer pegar em tachos e começar a usá-los como djambés.
Em “Withdraw”, temos a atmosfera mais depressiva do R&B. A melancolia imbuída em toda a voz de Kimbra, catapulta também todo o potencial da mesma aqui. Sem muitos floreados em volta, o carnaval de instrumentos que preenche muito deste álbum passa pela triagem, e com pouco se faz a festa.
Com uma infinidade de elementos musicais, que nos fazem rodopiar a cabeça numa vontade de conseguir assimilar todos ao mesmo tempo, este é um álbum que nos enche. A voz está irreprensível, em todas as voltas que dá, e os instrumentos são deliciosos. Podemos lembrar-nos de Bat for Lashes, Florence and the Machine, ou Goldfrapp. A variação e simbiose entre instrumentos é de tal forma bem conseguida, que de facto, este disco nos proporciona diferentes sentimentos, ao longo de toda esta viagem.
O álbum é uma miscelânea tão grande que tem tudo para agradar a alguns e fazer outros detestar, porque ora temos cabaret, ora um som mais orquestral. É como se a ideia fosse misturar azeite e água, e surpreendentemente, no final, ambos formarem uma substância uniforme.