Neon Indian

Era Extraña
2011 | Static Tongues | Chillwave

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Neon Indian – o projecto chillwave a solo de Alan Palomo – publicou a semana passada, no dia 13 de Setembro, o seu segundo álbum de originais: Era Extraña, escrito e gravado em Helsínquia, na Finlândia e lançado pela Static Tongues. Este novo disco resulta de um trabalho conjunto com Dave Fridmann, o lendário produtor indie que já trabalhou com nomes como Mogwai e Flaming Lips, entre outros.

Depois do tremendo sucesso e aclamação pela crítica de Psychic Chasms, álbum de estreia nomeado pela Pitchfork Media como o 14º melhor de 2009, a expectativa era muita. Todavia, Alan não se limitou a fazer uma extensão do seu primeiro álbum: nota-se uma clara evolução nestes dois anos, como que uma profissionalização. Construído à base de calorosos sintetizadores e contagiantes guitarras, Era Extraña é um trabalho mais estruturado e coerente, lembrando o synth pop dos anos 80 e uma ligeira influência de bandas mais recentes, tais como LCD Soundsystem ou M83.

O disco inicia-se com a primeira parte de um dos seus momentos grandes: a composição instrumental tripartida – “Heart: Attack”, “Heart: Decay” e “Heart: Release”; conjugando  o psicadélico com os anos 80, não só unifica o álbum, como é melodicamente magnífica.

O álbum continua da melhor maneira, com uma das músicas mais marcantes, já do conhecimento prévio dos fãs: “Polish Girl” é tão divertida e dançável que se torna viciante. Nesta faixa, bem como em “Blindside Kiss” e em ” Halogen (I Could Be A Shadow)”, existe uma harmonia perfeita entre os sintetizadores que resulta em deliciosas e enérgicas melodias. Destaque-se também a magia de “Fallout”, um pouco mais sombria, mas não menos genial.

Com efeito, este é um álbum mais sério que o seu predecessor, não propriamente sombrio, mas menos divertido, enérgico e iluminado, trespassando uma certa nostalgia e solidão. Alan Palomo sugere o sentimento confuso de perda e de mágoa, simultâneo à sua aceitação, originando uma engenhosa nostalgia dançável, bastante notória em “Blindside Kiss”. É uma paradoxal atmosfera sonhadora e melancólica envolta num nevoeiro dançável e contagiante – é uma era estranha, que recomendo fortemente.


sobre o autor

Arte-Factos

A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)

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