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Com dez álbuns e mais de três décadas de carreira, um estatuto como um dos principais naquela liga pioneira do death metal que veio da Florida e um nome que dispensa apresentações para os fãs da música extrema, a única coisa que os Obituary têm a provar é a razão para ainda lançarem discos com relativa regularidade. E nesse aspecto o novo “Obituary” é um argumento fortíssimo, de calar qualquer céptico.
E fazem-no de forma aparentemente descontraída, com uma fórmula quase tão simples como a sua execução. Pegando nas sonoridades death metal que ajudaram a moldar, a banda parece estar ainda na sua juventude com a mesma atitude, garra e ingenuidade daqueles tempos, o que ajuda a manter a frescura nos seus lançamentos. E se “Inked in Blood”, de 2014, era já uma boa marca de que os Obituary não estavam fora de forma, este disco homónimo simplifica ainda mais as coisas com malhas curtas e duras, a causar impacto e a pedir mais umas audições.
“Brave” abre o disco logo a dizer para o que vem. E aquilo que podia ser uma grande malha de death metal do início da década de 90, não o deixa de ser em 2017. O quinteto sabe o que os fez famosos e sabe o que os fãs gostam de os ouvir fazer e a fazer bem: riffs. Riffs deliciosos que por aqui há, sem floreados ou rodeios. Seja uma coisa mais heavy como em “A Lesson in Vengeance”, uma coisa mais thrash como em “End It Now” ou aquele tenebroso death, como em “Kneel Before Me.” Apenas exemplos do que são bons riffs à moda de Obituary, seja com que influência for.
E quem pede também um bom “hook”, algo que os agarre para amenizar um pouco a violência do resto, também ficará satisfeito. Não faltará quem cante por aí uma “End It Now” ou uma “Ten Thousand Ways to Die”. O virtuosismo das guitarras fica a cargo de fica Kenny Andrews que se exibe um pouco nos solos e, claro, John Tardy continua tão monstruoso e inconfundível como o conhecemos, na sua habitual berraria que aqui continua tão inimitável como sempre esteve na sua longa carreira. Mas há aqui mais qualquer coisa, porque mesmo mantendo o seu reconhecível tom, parece ter aqui performances mais diversas.
Resumindo, “Obituary” são dez temas que vêm dizer que a banda está aqui para as curvas e no topo da sua forma. Sem inventar desnecessariamente, os Obituary são actualmente uma banda a fazer o que bem sabe e a fazê-lo melhor que a “concorrência”. Baseando-se no pressuposto que menos é mais, temos apenas 33 minutos de música, o título mais simples que podiam ter e a capa mais minimalista que se possa registar. A julgar pelo resultado, não era preciso mais.