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Peso Morto, o novo trabalho dos peixe : avião, chegou mais ou menos a meio de Fevereiro deste ano e é já o quarto álbum do quinteto bracarense, que começa assim a não deixar desculpa para que não os conheçamos.
Cada vez mais dignos de que a sua sonoridade se enquadre nas denominações de “som do futuro”, os sons mais eletrónicos ou o uso de efeitos como parte integrante e importante na composição dos temas são aspetos cada vez mais embrenhados na sua música e a sensação de um caminho evolutivo é por de mais óbvia ao olharmos para a discografia da banda.
Curiosamente, apesar de ser o álbum com menos quantidade de faixas é o que tem maior duração dos quatro, ainda que todos não fujam muito aos quarenta minutos, culpa disso são algumas músicas mais longas do que o comum, como Engrenagem e Pés em falso com mais de sete minutos.
Quem já acompanha o trabalho dos peixe: avião há algum tempo provavelmente tem reparado que a voz é cada vez menos usada com o intuito de declamar belos poemas, serve antes como mais um instrumento a contribuir para a massa sonora, alvo de todo o tipo de processamento. Pois bem, Peso Morto é o maior exemplar disso até agora, com músicas como Torto ou Fénix a quase não terem ou não terem de todo voz. Isso era algo que aliás podíamos já verificar no seu álbum anterior e que demonstra o caminho evolutivo que a banda vem a percorrer sonicamente a cada trabalho.
Apesar de se notar sempre um intuito em usar métodos diferentes este álbum parte mais ou menos das mesmas bases que o homónimo e a banda admite-o, ainda assim percebe-se que essas bases foram trabalhadas de formas diferentes dando mais dinâmica e “movimento” ao álbum, como podemos reparar perfeitamente em músicas como Nevoeiro, Miragem e, ainda que um pouco menos, no single Quebra. É facilmente percetível também uma grande preocupação no alinhamento e estrutura do disco, com músicas como Peso Morto ou Fénix, quase sem bateria, a servirem como viragens de página.
Decerto que este álbum não se trata realmente de um peso morto na discografia dos peixe : avião, é pelo contrário um peso bem vivo tanto nessa como no panorama nacional. A marcar-se claramente pela diferença, é difícil encontrar alguma banda em Portugal a explorar de forma tão interessante este tipo de sonoridades que cada vez nos estão mais acessíveis, como estes rapazes o fazem, e muito menos com vozes em português. Ainda assim, por vezes o difícil neste tipo de som é não cair no exagero e nesse aspecto os peixe : avião mostram que sabem bem o que fazem.