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Os Riding Pânico são das bandas mais despreocupadas do panorama musical nacional. Falamos de um coletivo que vinga claramente num estilo que muitos julgam falido, ou então demasiado complexo para que o simples facto de se fazer alguma coisa e isso soe a novo pareça um dos trabalhos do Hércules: o post-rock (ou pós-rock). Felizmente conseguimos, após a audição do mais recente registo, Homem Elefante, concluir que esta corrente artística está em boas mãos.
Tal como os próprios fizeram questão de dizer, este disco é mais melódico e direto. Até parece um estalo: simples ataque que é rápido, tal como a sua dor. Mas não dói nada escutá-lo. Sete temas, gentilmente oferecidos pela banda online, e sem deambulações demasiado aborrecidas. Aliás, do início ao fim, chato é o que este disco não é.
Os riff’s estão lá, inteligentemente entrosados com os teclados, nunca exagerados, e com suficiente carga para nos ficarem na cabeça. É mesmo isso: Os Riding Pânico conseguem ser tão agradáveis quanto geniais qb. Nada pretensiosos e mais sofisticados que 90 por cento da música atual. E escrevem (os títulos) em português. Sem medos. Talvez pareça um discurso para o qual “já não há bilhetes”, mas as ondas aéreas de Zulu ou Código Morte preparam-nos para a melhor faixa do disco, Banzai, onde aquela simbiose entre as cordas e os teclados atinge o apogeu. O disco fecha com Parece Que Perdeste Alguém, onde o som tradicionalmente abrasivo destes Riding Pânico termina de forma gradual, mas nunca pseudo-intelectual. Um fade out delicioso.
Um som que nos enche, mas não nos faz perder o norte. Música que nos entra e fica, apetece-nos ouvir de novo, embora nunca seja irritante ao ponto de não querer sair da nossa pele. Palavras, demasiadas até, para dizer que os Riding Pânico, com Homem Elefante, são apenas um dos melhores projetos nacionais e que terão, daqui a uns anos, filhos tão intrigantes e talentosos quanto eles.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)