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Junta-se uma banda de rock psicadélico a um artista de música avante-guarde com fortes influências orientais. O que é que se obtém? Suuns and Jerusalem In My Heart, um álbum ousado e refrescante. Os Suuns, banda composta por Ben Shemie, Liam O’Neill, Max Henry e Joseph Yarmush, conheceram Radwan Ghazi Moumneh, produtor e músico conhecido pelo seu projecto Jerusalem In My Heart, num concerto em Montreal, Canadá. Deste encontro rapidamente se desenvolveu uma amizade. Juntaram-se num estúdio e, no período de uma semana, desenvolveram o seu projecto em conjunto, que acabou por ser lançado pelo estúdio norte-americano “Secretly Canadian”.
À partida, Suuns and Jerusalem In My Heart transmite a sensação de que foi um álbum gravado com muito gosto, uma colaboração que flui naturalmente numa sonoridade que contrasta os elementos agressivos e pujantes do rock com todo um som suave e espirituoso de uma electrónica de influência médio-oriental.
É um álbum que nos pode deixar com sentimentos mistos pois tanto produz combinações extremamente cativantes como por vezes se aventura numa vertente experimental que exige muito dos ouvintes. Em “Metal” temos uma faixa com uma génese de rock tradicional, que não traz nada de novo mas é digna de mérito pela sua energia e pela sua óptima execução. “Seif”, é simplesmente bela, uma combinação perfeita das sonoridades destes músicos que acaba por ser altamente espirituosa. “In Touch” é profundamente hipnotizante e cria todo um ambiente que facilmente leva a nossa mente a viajar.
Na dita vertente mais exigente do álbum, temos algumas faixas tais como “2amoutu I7tirakan” ou “3attam Babey” que, ainda que não sendo propriamente memoráveis, têm a benesse de abrirem a porta à exploração de uma sonoridade alternativa. Numa primeira impressão, elas são interessantes de se ouvir, mas deixam muito pouco desejo de serem revisitadas (nesta nota, “Gazelles In Flight” é a música que mais se associa a este sentimento).
Esta combinação junta o melhor de dois mundos e só serve para reforçar a ideia de que há muito para ser explorado nesta vertente. Ainda que dê origem a sentimentos mistos, o álbum em questão tende para a positiva e merece ser ouvido com atenção. Em última nota, relembrando que este projecto foi produzido no espaço de uma semana, deixa-se à imaginação de cada um todo o potencial daquilo que podia resultar de um outro projecto com ainda mais tempo de preparação. Esperemos que isso se torne realidade num futuro próximo.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)