Testament

Dark Roots of the Earth
2012 | Nuclear Blast | Trash Metal

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Depois de um muito bem recebido The Formation of Damnation, lançado em 2008, a consagrada banda de thrash-metal de Berkeley, Califórnia, surge em 2012 com o novo álbum Dark Roots of Earth, que até agora tem estado a dividir as críticas. Se, para muitos, é mais do mesmo, e os Testament não foram capaz de elevar a fasquia, para outros devia ser uma evolução do álbum antecedente, o que não acontece, pois a banda não foi capaz de se reinventar. Ainda assim, não simboliza um mau álbum, apenas não mantém o nível que The Formation of Damnation atingiu.

“Rise Up” é um bom aquecimento. A voz de Chuck Billy exibe todo o seu potencial, e nada nesta canção é aborrecido, sempre em crescente subida até ao solo virtuoso de Alex Skolnick. “The Dark Roots of Earth” é talvez um dos temas mais fortes, e traz muitas recordações dos extintos Pantera, em vários pontos: na parte “Now that the sun don’t shine”, na forma como o vocalista entoa cada palavra, como que a revisitar Phil Anselmo em “This Love”, a título de exemplo. Não é uma canção rápida, que incentive a muitos circle pits, mas dá pano para mangas para muitos headbangs.

A seguinte “True American Hate”, começa com um brilhante solo de guitarra, e esta sim, já dá para nos levantarmos da cadeira, pegar nela e mandá-la janela fora. Perto do final, temos mais um solo estonteante de Skolnick. “A Day in The Death”, não acrescenta muito. Ouve-se bem, mas não tem a força das canções que a precedem, e tem a típica mensagem de ataque fácil e já muito remexido, a entidades de poder, como por exemplo na deixa de “All of the hypocrisy/ Damn your government”. Parece um second-coming, com menos gás e sem sal, que um dos grandes cartões de visita do disco de 2009, o single “More Than Meets the Eye”.

“Cold Embrace”, vem contra-balançar um pouco as hostes. É a balada que vem amenizar os calores das anteriores. Tem quase 8 minutos, e durante esse tempo todo podemos adormecer. Volto a ver uns salpicos de Pantera, mas num resultado mal conseguido. O tempo é um problema, e isto poderia ter corrido melhor se esta balada um pouco forçada – que a partir dos 3:00, sensivelmente, me lembra aquela também meio arrancada a ferros “The Day that Never Comes”, dos Metallica – durasse apenas metade do que dura; podia ser só a segunda metade, e estava muito bem. E continuando com esta comparação ao tema dos Metallica, até no que toca à letra, ambas têm semelhanças. Se do lado de Metallica dizem que “But the sunshine never comes, no/No, the sunshine never comes”, do lado de Testament é “The sun will never shine, no…/The sun will never shine”. Resumindo, metáforas já muito trabalhadas.

Temos também como bónus três covers de bandas emblemáticas: “Dragon Attack” dos Queen, que ganha um poder extraordinário; “Animal Magnetism” dos Scorpions, que já por si tem um toque obscuro, mas na voz de Chuck fica muito mais pesada e densa; e “Powerslave” de Iron Maiden, que sem dúvida tem bastante força, mas pouco se afasta do original. Ainda assim, encaixa-se perfeitamente no universo de Testament.

Posto isto, este álbum não consegue elevar o som de Testament mais além, não traz nada que ressalte e que seja genuinamente inovador dentro do que eles têm vindo a fazer. Mas tem o essencial da música de Testament, e isso os seguidores, seguramente, agradecem. Depois do estrondoso impacto que “The Formation of Damnation” causou, era difícil a tarefa de equiparar ou superar esse registo, com este novo trabalho. No entanto, acaba por ser competente, e cumpre aquilo que esperamos desta banda.


sobre o autor

Andreia Vieira da Silva

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