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Se em 2007 com o lançamento de Strange House, a banda de Southend, emergia num garage rock cru e epiléptico, no álbum seguinte, Primary Colours, amainaram um pouco a inflamação sonora, e passaram para um semblante mais gótico e denso. Um renascer em post-punk hipnótico. No mais recente, Skying, deste ano, viajam pelas influências da década de oitenta e noventa, e apresentam-se como um colectivo que soube amadurecer com o tempo.
A canção de abertura, “Changing The Rain”, começa com uns batuques tribais, para dar lugar a uma intro muito The Verve.
“You Said”, é algo que marca realmente uma diferença abismal, se pensarmos no que era esta banda no seu primeiro álbum. Um sintetizador que nos transporta a um universo Simple Minds, que não eram, de todo, uma das influências que ouviríamos em músicas como “Count in Fives”, ou “Gloves”, onde o ambiente cheirava a Cramps e a uns Warsaw.
São notórias reminiscências de Oasis, ou Stones Roses, especialmente na vocalização. Em “Dive In”, destaca-se isso mesmo. Faris impregnou na voz uma melodia tal, que não parece o mesmo vocalista. O som está muito mais controlado, o que pode agradar ou desagradar, conforme os gostos. É inegável, no entanto, que fizeram um bom trabalho.
“I Can See Through You”, começa com um tom mesmo a My Bloody Valentine, mesmo na voz, mais calma e quase sussurrante. Lembra muito um “Only Shallow”.
“Endless Blues” começa como uma bela balada, muito relaxante. Uns trompetes que lembram a “This is Hardcore” dos Pulp. Depois, o ambiente muda. A vocalização parece vinda de uma música à Interpol, com um instrumental mais uma vez a soar a shoegaze, e com veia frenética. Resulta bem.
“Still Life” (que já tem vídeo oficial) parece dizer-nos o que se passa neste álbum. “Don’t hurry give it time, things are the way they have to be.” E realmente, parece que eles tiveram tudo menos pressa, tendo em conta a calma com que chegam a nós. “Moving Further Away” é algo mais zen e psicadélico, que começa com uma intro que podia muito bem ser a mesma de “You Gonna Want Me” de Tiga, mas que no fundo tem é um bom toque de Can, numa homenagem ao krautrock.
Skying torna-se então num dos prováveis discos do ano, com a sua hiperactividade gentilmente controlada, os seus momentos de “nós queremos tornar a pressão do terceiro álbum, num resultado épico e memorável”. Neste disco, dizem-nos que querem ser levados a sério, seja para que era musical estejam virados. Mostram que os penteados duvidosos, e fúria teenage ficaram para trás, e isso deu lugar a uma banda competente.