Zeromancer

Bye-Bye Borderline
2013 | TRISOL | Rock Industrial

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Não é um nome propriamente conhecido nem que ande por aí na língua do comum cidadão, mas quem estiver minimamente familiarizado com o grupo Norueguês já sabe bem a identidade e o que associar ao nome “Zeromancer”.

Com “Sinners International” e “The Death of Romance” apressados no espaço de um ano e com resultados mais medíocres, a banda decidiu deixar um espaço de três anos antes de lançar “Bye-Bye Borderline”, um disco muito mais focado. Não há aqui qualquer vestígio de nova faceta, é o costume, mas os holofotes estão todos voltados para aquilo que sempre foi o verdadeiro núcleo da música do conjunto Norueguês: o trabalho melódico em cada refrão, sem medo de ir buscar muita ajuda ao pop e a fusão de rock com electrónica/industrial num autêntico chuveiro de beatseurodance”.

A intenção seria criar temas aos quais dê para se agarrar com facilidade e logo ao início de “Auf Wiedersehen Boy” está a conquista feita. Passa por alguns altos e baixos ao longo da sua duração, mas mantém o interesse até ao fim e há sempre uma canção a destacar-se e a esticar o pescoço por cima das outras quando é necessário.

Mantêm-se fiéis à sua essência de “temas líricos obscuros, mórbidos e apocalípticos cantados num clima dançável de festa” mas em “Bye-Bye Borderline” também parecem procurar algum balanço entre emoções diferentes. Há também a procura da agressividade industrial para que não seja só dança e de vez em quando ainda se tenta partir alguma coisa: as introduções de “Auf Wiedersehen Boy”, “Lcyd” ou “Lace and Armour” poderiam passar por alguma obra de Marilyn Manson, nos tempos em que gente ainda queria saber dele(s). Um destaque também para “Manoeuvres,” cuja introdução envolvente e misteriosa seguida de um refrão que cola facilmente faz dela uma potencial canção de topo em todo o disco. Para os que preferem aquele tom mais badalesco sem dever também ao depravado como outrora já fizeram em “Feed You with a Kiss” e outras, não estão esquecidos, e encontram aqui a perversa e sedutora “Montreal”.

Em tom geral e conclusivo, pode-se afirmar que os três anos de pausa que colocaram antes de trazer “Bye-Bye Borderline” ao mundo foram bem aproveitados para nos trazer um álbum satisfatório e capaz de superar os dois anteriores e recuperando alguma – mas possivelmente não toda – da pujança que tinham em “Eurotrash” ou “Zzyzx”. Se já tinham dificuldades em escolher um álbum por inteiro como favorito e tinham que recorrer à selecção de faixas espalhadas ao longo da discografia, então este novo trabalho também não vos vai facilitar. Mas já tem um punhado jeitoso de canções novas para juntar à lista.


sobre o autor

Christopher Monteiro

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