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Nika Rosa Danilova, ou mais propriamente, Zola Jesus, está de regresso em 2014 com Taiga, um álbum repleto de sons catchy, depois do sucesso do LP de 2011, Conatus. Taiga é uma palavra russa para designar “florestas boreais” e apesar deste título gelado, o registo mostra um passo novo na carreira de Zola, elevando-a no panorama da pop dançável.
Como havia confidenciado à Rolling Stone, em Julho passado, tornara-se insustentável a distracção que o seu apartamento em Los Angeles lhe proporcionava, impedindo-a de criar algo tão íntimo. Daí rumou a Vermont, Wisconsin e Washington, onde se instalou em locais mais pacatos. Isolada do ruído, pôde embrenhar-se na construção de algo límpido e único para si.
Como qualquer miúda que cresceu nos anos 90, Zola cresceu a admirar as divas da altura, como Mariah Carey, ou Aaliyah, sendo que neste disco a voz tem um papel fundamental e emancipado. Contrariando a mecânica dos outros álbuns, desta vez as letras levaram um boost de energia, para que a voz pudesse ser o centro da atenção. Com as letras trauteadas a capella, os instrumentos foram introduzidos posteriormente, onde se enquadrassem melhor.
A faixa de abertura, com título homónimo, começa com cânticos longínquos, esperando que a voz rompa com o instrumental, lançando a questão “Do you wish, You could go back to it all?”, e encontrando depois uma parede de electrónica.
Segue-se “Dangerous Days”, um tema que nos fica no ouvido, e onde a voz se aproxima a uma Florence Welch, tal como em “Hunger”, que nos contagia com o beat, mas que ainda assim deixa algo de misterioso no ar. “Lawless” é uma pop que remete a Lorde, e ao carisma de Lykke Li. O instrumental é “limpo”, assim como a voz cristalina.
Um registo cheio de sons frios, mas onde nos podemos aquecer. Quando algo vem do íntimo e é tão visceral, mais facilmente estabelece uma conexão connosco. São onze faixas onde os sintetizadores são embaixadores das pistas de dança e onde reinam as imponentes vocalizações de Zola. É também o patamar mais alto onde as letras da artista chegaram até ao momento, criando algo sério, com uma mensagem a transmitir. Esta pop é negra e vem das profundezas.