//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
A Universidade Arte-Factos comunica por este meio as alterações ao quadro docente da sua faculdade Dez Takes. Na vanguarda do ensino, na tecnologia da ponta da educação e acima de tudo, na quinta faixa de auto-estrada por onde a novidade acelera no asfalto da pedagogia, o folheto pretende apresentar o que é bom, e aquilo que é bom são os nossos professores.
Chega Setembro e com ele o regresso às aulas. Os bons estudantes a casa tornam, e os maus ao mesmo ano retornam, a ver se é desta que o terminam e passam para o seguinte. Contratados a alguns filmes de destaque e outros simplesmente tendo em atenção os nossos estudantes com necessidades educativas especiais ao nível dos filmes onde leccionaram até este ano, esta faculdade não se responsabiliza pelos efeitos da sua conduta na aprendizagem dos formandos.
Disponibiliza-se então o novo corpo professor, com a ressalva de que só se admitem queixas no terminus lectivo. Qualquer comentário em contrário antes do tempo, recebe falta a vermelho. Ou encarnado, se os estudantes forem de Lisboa.
A sua carreira não mente e o senhor Opus, com semelhanças por demais com o actor Richard Dreyfuss, chega à nossa faculdade com um brilhante currículo: formando gerações de músicos, deu-lhes uma nova direcção e rumo mesmo que isso implicasse sacrifício familiar. E isto tudo ainda que detestasse inicialmente o ensino! O seu filho surdo, uma facada num homem que ama a música mais do que a si mesmo, ensinou-lhe o valor da aceitação, aprendendo a legar nos seus alunos as expectativas fraternais. Quando, na sua despedida, um corpo de estudantes e antigos estudantes compõe a sua única obra original, a sua vida ganhou sentido.
A professora Johnson trata por traz na sua bagagem todo um conhecimento enciclopédico acerca dos efeitos que uma corrente de bicicleta pode ter na cara de um adolescente. Responsável por inspirar uma geração de professores a serem, ahm, inspiradores (e também pelo choque da realidade que se segue a entrarem, de facto, no ensino), usa como ferramenta a música de Bob Dylan para puxar jovens latinos e rebeldes para as maravilhas da literatura inglesa. Costuma dar prémios para motivar a pequenada: um deles é um tête-à-tête com o rapper Coolio. Aproveite apenas e só se for obrigado. Não se deixe enganar pelo facto de esta docente ter semelhanças com a actriz Michelle Pfeiffer.
Chegado de uma escola parisiense onde ser branco é uma novidade racial, o professor Beagudeau sonha inspirar nesta faculdade os seus alunos, da mesma maneira que ele os colegas tentaram fazê-lo em França. Na sua carreira, aprendeu a lidar com a insolência de crianças problemáticas de modo a tirar delas o melhor do seu empenho e o gosto pela língua francesa. O seu ponto forte é a adaptação do currículo lectivo aos alunos; mas não o acompanhe, pedimos-lhe, a qualquer reunião entre professores e alunos, correndo o risco de sair bem desiludido. No entanto, de todos os novos professores, é aquele que lhe dará melhor hipótese de vencer uma Palma de Ouro em Cannes.
Não nos responsabilizamos pelas ausências do professor Jones: a sua colaboração com vários museus americanos leva-o a escavações arqueológicas por todo o mundo e o melhor é ir aparecendo pelo campus de forma a saber quando é que ele estará disponível. Leitura obrigatória: Michaelson, sobre escavações neolíticas. Aconselhamos que não o distraia durante as aulas, o seu tempo é precioso. Leve-lhe uma maçã e se tiver sorte, apareça pelo seu escritório as quartas, se quiser tirar dúvidas. Este professor tem um desdém por estudantes de extrema-direita, principalmente nazis. Se for o seu caso e um dia ele aparecer nas aulas com uma caixa dourada, feche os olhos.
Uma mulher de sucesso, inteligente, graciosa, que se importa com os seus alunos. Dizem alguns colegas, comentando também que se parece bastante com Sarah Palin ou Tina Fey, uma das duas. Apesar da sua habilidade no ensino de cálculo, são as suas visões feministas que poderão inspirar os estudantes a confrontas os seus medos, aprendendo a dizer na cara uns dos outros aquilo que papagaiam nas suas costas. A professora preferida de Lindsay Lohan.
Muito nos honra a presença do professor Dumbledore, que durante muitos anos foi reitor da um Escola de Magia. Apesar do seu péssimo instinto para escolher os professores da disciplina de Defesa contra as Artes Mágicas, anos e anos nos meandros do establishment mágico dão-lhe uma enorme credibilidade a este vetusto senhor, protector de muggles e santo patrono dos caixa de óculos. Não lhe questione a autoridade a não ser que queira virar um rato, ou um periquito. Certos módulos serão dados pelo seu assistente Dr. Severus Snape.
Depois de uma passagem tempestuosa pela Academia Welton, de onde foi expulso em circunstância muito claras, chega à nossa faculdade o professor Keating, no qual temos plena confiança até pela sua polivalência disciplinar: para além dos granes nomes das letras anglo-saxónicas, poderá receber deste professor aulas de Latim (aproveitando ao máximo os dias em que forem leccionadas), Culinária (módulo de preparação do tutano da vida para ser chupado) e hierarquia militar. Deixe-se entusiasmar pela sua paixão pela poesia, aproveite as dicas de engate e deixe as vertigens de lado: nas aulas do professor Keating, sentir-se-á como numa espectáculo privado do falecido e fantástico comediante Robin Williams.
A professora Sullivan é uma mulher cega que tem dedicado toda a sua vida a ensinar outras pessoas que, tal como ela, nasceram ou cresceram na escuridão a enfrentar e interpretar o mundo. Com a sua teimosia, inteligência e compaixão, aceita e combate os medos dos seus alunos através do seu próprio exemplo. O seu maior e mais conhecido triunfo foi Helen Keller, criança cega, muda e surda que quase cedeu à frustração de não conseguir comunicar com os outros. Graças ao esforço de ambas, esses problemas foram sendo contornados e Keller aceitou o seu lugar no mundo. O seu elemento preferido? Água.
É o mais brilhante, extraordinário, consumado e bonito professor desta faculdade e todas as que existem, e estamos a dizer por nossa própria vontade e palavra.
Pau para toda a obra, o professor Finn adequa-se a qualquer função disponível e a qualquer currículo lectivo. Só há um senão: transformará as suas aulas em sessões musicais. Recomendado para a fase de exames, onde o stress acumulado encontrará aqui um escape