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No passado dia 29 de Janeiro os bracarenses Bed Legs editaram o seu primeiro longa-duração “Black Bottle“, álbum que começam a apresentar ao vivo também neste mês de Fevereiro com concertos em Braga (dia 18, Convento do Carmo), Évora (dia 19, SHE) e Lisboa (dia 20, Sabotage Club / dia 21, Fnac Chiado).
Começando pelo início, podem-nos falar um pouco da história dos Bed Legs, como é que tudo começou?
A história remonta a uma Jam Session na República dos Inkas em Coimbra. Juntámo-nos para ir lá dar uns toques e aquilo correu tão bem que ficamos com o “bichinho”, o que mais tarde nos levou a fazer algo parecido com ensaios no sótão do Hélder. Nessas sessões começaram a sair temas que a nosso ver eram interessantes e chamámos o Fernando para completar o “círculo” com a voz. Quando demos conta já estávamos a dar concertos sob o nome “Bed Legs”, e surgiu a banda.
Editam neste primeiro mês de 2016 o vosso primeiro longa-duração mas, em 2014, tinham-se já estreado com um EP. Foi um primeiro passo importante para o crescimento da banda e para o trabalho desenvolvido depois disso e que agora culmina neste “Black Bottle”?
Sim, foi muito importante. Foi uma primeira “aventura” a registar algo nosso, aprendemos muito, pois enquanto banda foi a primeira experiência em estúdio e foi algo que nos fez ganhar alguma maturidade, até porque o EP proporcionou-nos muitos concertos e consequentemente ganhámos estrada. Todo esse processo como é óbvio levou-nos até este “Black Bottle”.
O facto de serem amigos de longa data é uma grande ajuda quando se juntam para compor? Como é que funciona todo este processo criativo dos Bed Legs?
O facto de sermos amigos conta no aspecto da cumplicidade que existe entre nós, se ajuda na química criativa ou não isso já nos ultrapassa. Quanto ao processo criativo, não existe propriamente um método, normalmente fazemos jams, e os sons vão saindo. Uma vez por outra trazemos ideias de casa, mas normalmente é nas jams na sala de ensaio que os sons são criados.
Para o lançamento do álbum recorreram a uma campanha de crowdfunding que acabou por não ter os efeitos desejados. Na vossa opinião o que é que acham que correu menos bem? Ainda acham que é uma alternativa viável para as bandas independentes conseguirem editar os seus álbuns ou não voltariam a uma solução deste tipo no futuro?
Talvez inexperiência nossa, não estudamos bem o timing e como fazer o crowdfunding, e inevitavelmente levou a que não tenha tido sucesso. No entanto o álbum está cá fora fruto do nosso “sangue e suor” e talvez assim até tenha outro sabor. Se é uma alternativa viável ou não? Honestamente não sabemos, connosco não resultou…
O facto é que o disco acabou por avançar e foi editado no passado dia 29 de Janeiro. Têm já algum feedback do público? Estão contentes com o resultado final?
Estamos muito contentes mesmo, o feedback tem sido muito bom. Agora é tocar o “Black Bottle” ao vivo, estamos ansiosos por isso.
Já vos pedimos para falarem sobre cada uma das músicas do “Black Bottle” e por isso não vos vou maçar de novo a perguntar como descreveriam o álbum. No entanto, tanto nessa descrição como em várias outras entrevistas, referem que é um disco sobre as vossas experiências. Sentem-se mais confortáveis a escrever sobre a realidade do que a ficção ou apenas fez mais sentido neste trabalho ser assim?
Neste álbum, tal como dizes, escrevemos sobre nós, sobre o nosso mundo e o que nos rodeia, não fez para nós sentido cantar sobre algo que não vivemos, podíamos perfeitamente escrever sobre as cataratas do Niágara, mas ainda não estivemos lá, quiçá um dia. (risos)
No dia em que o álbum foi editado celebraram em Braga com uma festa de apresentação. Como é que correu essa noite?
Foi uma grande noite, não esperávamos tanta gente pois apesar de tudo não foi um concerto de apresentação mas sim uma festa. E além disso a malta aderiu em força na compra do álbum e muitos não arredaram pé e fizeram a festa connosco pela madrugada fora! Obrigado desde já a todos que estiveram presentes pelo apoio e carinho.
Presumo que agora o objectivo seja levar essa festa a todo o país. É em cima do palco que estas músicas ganham ainda mais vida? O que é que têm planeado neste aspecto para este ano?
A ideia é tocar, tocar e tocar… Dar o maior número de concertos no maior número de sítios possível! A nosso ver, o álbum vai soar do caraças ao vivo!
Podemos para já adiantar que vamos estar dia 19 de Fevereiro em Évora no SHE, dia 20 no Sabotage Club em Lisboa e no dia 21 na Fnac do Chiado entre outros concertos, não queremos estar aqui a fazer um testamento… Podem sempre dar uma vista de olhos na nossa página do Facebook, temos anunciado as datas sempre por lá.
Para terminar gostava de vos perguntar sobre a cena musical de Braga. Visto de fora a cidade parece estar a crescer bastante bem (ou pelo menos a ter mais alguma visibilidade) e a tornar-se um pólo cultural cada vez maior, com a ajuda do trabalho de alguns agentes culturais, das salas e das próprias bandas. É algo que vocês sentem também? Como é que têm visto esta evolução?
Sim, de facto Braga tem melhorado na cena musical, mas a nosso ver a realidade não é tão cor-de-rosa como se tem feito passar para fora. Não achamos que se possa falar de um movimento musical em Braga, como acontece por exemplo em Barcelos, em Braga ainda existe uma certa falta de união, é verdade que há muitas bandas novas e com qualidade, mas cada uma trabalha por si…
A nosso ver, se houvesse mais colaboração entre as bandas, mais colaboração e aposta dos agentes culturais e das salas de espectáculos (que são poucas) na prata da casa a situação melhoraria bastante. Existe muito potencial e qualidade não aproveitado na cidade e quem fala de música, fala de qualquer um dos quadrantes da produção artística…
Multi-tasker no Arte-Factos. Ex-Director de Informação no Offbeatz e Ex-Spammer na Nervos. Disse coisas e passou música no programa Contrabando da Rádio Zero. (Ver mais artigos)