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Após a edição de Vital Signs Of A Fallen World em 2013, EP que mostrou os portuenses Before And After Science ao mundo, a banda passou por alguns tempos tumultuosos e, com a gravação do primeiro longa-duração no final de 2015, apenas agora podemos ouvir o que daí resultou. Relics & Cycles (aqui descrito faixa a faixa) é assim fruto de muito esforço e dedicação ao longo de quatro anos e a recompensa pela persistência e a não desistência quando esse poderia ser o caminho mais fácil.
Entre a sua edição e a primeira apresentação ao vivo fomos perceber como está a banda a encarar este lançamento e falar um pouco sobre esse percurso.
“Relics & Cycles” é o vosso primeiro longa-duração. Quatro anos volvidos da edição do EP de estreia como é que se sentem com este lançamento? Torna-se ainda mais especial pelas dificuldades e atribulações pelas quais passaram neste espaço de tempo?
Completamente, até porque já depois de termos este novo álbum gravado fomos confrontados com mais uma série de dificuldades, quer a nível de edição, lançamento e até mesmo de mudanças de line-up, que acabaram por tornar o título que tínhamos escolhido para o mesmo ainda mais apropriado. É justo dizer que nos sentimos absolutamente realizados e, de certo modo, tranquilizados por ver finalmente cá fora um registo que já foi gravado em Outubro de 2015 e que nos tomou uma janela temporal maior do que aquela que gostaríamos. Felizmente conseguimos firmar contracto com uma editora estrangeira, a Shunu Records, que nos ajudou bastante em todo o processo pós-gravação.
Não se quiseram afastar da ideia de continuar num registo mais conceptual. É importante para vocês contar uma história com as vossas músicas, mesmo que depois ela possa assumir diversas interpretações?
Gostamos de pensar num registo como um todo, associando-lhe uma mensagem ou uma narrativa que pode ser mais directa ou mais abstracta, por isso sim. Uma vez que se tratam de composições instrumentais torna-se mais difícil transmitir qualquer ideia. Dada a falta de conteúdo lírico tentamos fazê-lo através dos títulos dos temas e do álbum, mas é sempre normal surgirem outras interpretações.
Já tinham utilizado os Estúdios Sá da Bandeira aquando do EP “Vital Signs Of A Fallen World” e regressaram para gravar este disco, trabalhando mais uma vez com o Cláudio Tavares. Com tantas mudanças foi um factor determinante haver um denominador comum e trabalhar com alguém que já estava familiarizado com a banda?
Quem já teve a oportunidade de visitar ou trabalhar com os Estúdios Sá da Bandeira reconhece-lhes a qualidade e o profissionalismo, aliados a um ambiente acolhedor que nos faz sentir em casa. Esse, juntamente com a localização, terá sido o primeiro factor que nos fez regressar. Em segundo voltar a trabalhar com o Cláudio, claro! Ter alguém que está familiarizado com a nossa sonoridade mostrou-se, sem dúvida, vantajoso e determinante na questão de uniformização e identidade entre o nosso EP de estreia e este novo álbum.
Já mencionaram a Shunu Records e o quanto ter uma editora vos ajudou no processo pós-gravação. Pelo que li no site eles gostam de fazer scouting de bandas. Foi assim que chegaram até vocês ou foi o contrário?
Uma das maiores dificuldades que enfrentamos, e que inclusive nos levou a apostar numa bem sucedida campanha de crowdfunding, foi a de lançamento. Sabíamos que precisávamos de uma editora que apostasse no nosso trabalho e com um novo álbum acabado de gravar poderíamos ter mais facilidade em encontrar a mesma. Para o efeito contactamos algumas centenas de editoras a nível mundial relacionadas com o nosso género musical. De entre as interessadas, a Shunu Records foi aquela que nos deu mais garantias e se mostrou mais genuinamente cativada pelo nosso som. E é fantástico encontrar pessoas, que nunca se cruzaram contigo na vida e com as quais dificilmente estarás algum dia cara-a-cara, dispostas a ajudar simplesmente porque reconhecem valor naquilo que fazes. Estamos gratos em poder contar com eles.
Desvendaram recentemente o disco numa listening party, formato que se usa pouco por cá. O que é que vos levou até essa decisão? Foi porreiro ver a reacção das pessoas no primeiro contacto com estas novas músicas?
A listening party foi ideia e sugestão da editora dada a impossibilidade de fazer o concerto de apresentação do álbum no dia em que o mesmo saiu. Desse modo assinalamos não só o lançamento do “Relics & Cycles”, como também aproveitamos para promover o concerto do próximo dia 23 de Setembro no mesmo espaço, a Cave 45 no Porto. O álbum passou algumas vezes, sorteamos uns cds, umas t-shirts e umas entradas para o concerto, e no final o balanço acabou por ser muito positivo. Estávamos um pouco reticentes, precisamente por ser um formato pouco usado por cá, mas o pessoal apareceu e gostou tanto quanto nós!
E em relação a esse concerto de apresentação, estão ansiosos por finalmente poderem mostrar o “Relics & Cycles” ao vivo?
Há muito que queríamos desvendar o novo material, especialmente ao vivo, por isso sim! Temos por norma não criar grandes expectativas quanto àquilo que fazemos, gostamos de nos manter o mais terrenos possível, mas a curiosidade pelas reações e opiniões, quer por parte do público quer por parte da crítica especializada, é sempre uma constante.
Passarão igualmente por Viana do Castelo, no dia 30, e após isso o futuro está por desvendar. Estão já a planear as próximas datas de apresentação do álbum? Onde é que poderemos apanhar os Before And After Science em breve?
Para já temos estas duas datas anunciadas, Porto e Viana, mas podemos adiantar que também estamos a marcar concertos para outros pontos do país, tendo ainda em vista um regresso a Lisboa. Temos ainda a ambição de tocar fora de Portugal apesar de ser algo que levanta outro tipo de dificuldades e condicionantes, mas o plano passa por promover o novo álbum ao máximo e nas melhores condições possíveis. Não fazia sentido ser de outra forma.
Multi-tasker no Arte-Factos. Ex-Director de Informação no Offbeatz e Ex-Spammer na Nervos. Disse coisas e passou música no programa Contrabando da Rádio Zero. (Ver mais artigos)