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Os Galgo estão prestes a lançar o seu primeiro álbum, “Pensar Faz Emagrecer“, e foi com o pretexto de falarmos um pouco sobre esse disco que num destes dias nos encontramos com o Miguel e o João ao final da tarde.
No meio de cafés e pastéis de nata, que ajudaram a conversa a ficar ainda mais deliciosa, percebemos que a jovem banda está aí para ficar e com objectivos ambiciosos e delineados. Confiram-nos connosco.
Vão lançar o vosso primeiro álbum, que apesar de tudo não é assim tão longo (apenas 7 músicas e cerca de 40 minutos), o que é que mudou desde o EP que vos fez querer assumir lançar um longa duração? Porque não outro EP?
Pareceu-nos natural. A seguir ao EP seguir com um álbum, um longa duração, tentar ter algo mais sério, digamos, do que outro EP. Se calhar outro EP não ia ter tanto impacto também.
Serve também para em termos internos levarem as coisas mais a sério?
Sim. Tentamos também um bocado essa linha, de levar a coisa um bocadinho mais a sério do que lançar outro EP. Um ano depois tentar lançar uma coisa um bocadinho mais sólida. Nem é bem álbum, nem é bem EP, está ali no meio. É um disco pequenino.
Ao primeiro EP chamaram simplesmente “EP5”, um título sem grandes filosofias, e desta vez escolheram um título muito filosófico, “Pensar Faz Emagrecer”. Porque acham que pensar faz emagrecer?
Primeiro, não estamos a complexificar ou a filosofar sobre temas, acho que como essa frase apareceu foi de uma forma natural, não foi uma coisa premeditada ou estar a pensar sobre isso, não nos fez emagrecer nada (risos), mas apareceu naturalmente também, como muitas das letras nos aparecem e fez-nos sentido. Foi uma frase engraçada.
Acharam piada, mas faz sentido!
Sim, é isso. O engraçado é que começamos por coisas simples e depois cada pessoa pode dar a sua interpretação. Apesar da frase ser direta, acho que faz pensar e faz emagrecer.
Apesar deste trabalho ser um longa duração, acaba por ter menos voz do que no EP e as que tem estão muito encobertas, não são óbvias de entender. Qual é a razão?
É natural, como tudo, nós não pensamos muito nas coisas porque não queremos emagrecer (risos).
Não, acho que quando chega a essa altura de criar o álbum e tudo isso, não sei, não estamos a fazer uma cena tipo álbum de Prog Rock. Pronto, tem tudo um conceito e as músicas estão ligadas. Connosco é tudo um bocado casual e cada música é criada um pouco por si e depois foi quase uma junção. Pensamos “estas músicas que temos agora são isto e agora vamos fazer um álbum com elas”. É tudo pensado individualmente, não pensamos nas coisas em conjunto, pensamos “vamos fazer música” e cada música tem a sua individualidade e acho que é muito isso que também faz o álbum, cada música tem a sua coisa específica, tem a sua sonoridade, tem a sua palavra ou não.
Ao ouvir este álbum às vezes é difícil perceber se estamos numa música nova ou não e muitas vezes achasse que se está e não está e vice-versa. Compuseram o álbum quase todo como se fosse uma música?
Lá está, acho que é mesmo o oposto. Nós compusemos tudo individualmente, cada música tem a sua cena específica.
E vocês conseguiram ligar…
Penso que sim. Na gravação depois fica tudo junto, mais ou menos, também se calhar o género e estilo pode ajudar, como também às vezes dentro das próprias músicas mudamos bué de direcção o que faz com que tudo fique coeso embora esteja tudo bué separado.
Como as nossas músicas já são muito compartimentadas entre elas, se calhar passando de música para música não se nota tanto porque já estão tão compartimentadas que isso reflecte-se no álbum. E em vez de serem sete músicas eram para aí trinta.
Voltando à conversa das falas… o que realmente dizem naquela letra do “Skela”?
(risos) O que tu achas que dizemos?
Acho que dizem qualquer coisa tipo “acho que ela quer”.
(risos) É a primeira vez que nos dizem essa! “Acho que ela quer”… pode ser, pode ser, é isso! Mais outra frase ou palavra que dá a interpretação que a pessoa quiser. Essa está mais próxima da nossa também. É parecida com a nossa interpretação, sim. É a indicação que deixamos (risos).
Mas não vão mesmo dizer?!
Não sei… acho que deixamos em segredo. É parecida com a tua. A tua é a que se aproxima mais, por acaso. Acho que é a mais próxima que nos disseram até agora. E curti, acho que podemos passar a dizer isso.
Pode ser um bom passatempo para fazer que é descobrir o que nós dizemos, para ver quem se chega mais próximo com a nossa.
Como foi o processo de criação do álbum? E em que ele foi diferente do processo do EP?
Em termos de criatividade acho que foram apenas períodos diferentes ou adaptações diferentes que fizemos. Não mudamos muito na maneira de fazer as músicas e acho que isso até se nota porque estão muito compartimentadas. Começamos do zero e temos a nossa linha criativa, vamos seguindo e agora estamos a fazer cenas mais assim, ou de outra forma, e o EP capturou um bocado mais este bocado, o álbum o outro. E mesmo o álbum tem fases diferentes, acho que se nota bastante.
E em termos de gravação?
Na gravação tentamos simplesmente ter uma coisa mesmo coesa. Gravámos no Haus, o estúdio dos Paus, com o Fábio Jevelim e com o Makoto. Já tínhamos a ideia de gravar com eles e surgiu a oportunidade, avançamos e foi fixe.
O vosso estilo de música enquadra-se também de certa forma com o estilo dos Paus, é mais ou menos a mesma onda, bebem um pouco da mesma fonte…
Sim, sim!
De gravação nem tivemos assim uma mentalidade muito diferente em relação ao EP, fomos apenas talvez mais concentrados para gravar.
O que esperam que este álbum vos traga de novo?
Muita coisa! (risos) Agora é ver mesmo como as pessoas reagem. Estamos completamente “vamos lançar um álbum, oiçam, digam-nos o que acham”. Acho que o pessoal vai reagir bem, não é, nós já tocamos muitas das músicas do álbum ao vivo e o pessoal curte. Acho que a gravação também se adequa mais ao que sai em concerto. O EP se calhar estava um bocadinho mais distante entre a gravação e o concerto, acho que este álbum consegue captar um bocadinho mais, não totalmente, mas a diferença é grande.
É um pouco mais replicável em concerto?
Não é replicável. Não é tanto a sonoridade, porque a sonoridade replica-se sempre, mas é mais na energia, que está lá, está mais próxima a gravação do concerto ao vivo, nesse aspecto.
A diferença é grande, estava a pensar agora também na cena do EP ser em cassete, estamos a ouvir a “Monte-Real” e até soa engraçado com o barulho dela, agora com o álbum não vai haver nada disso.
Por onde vão andar a tocar?
A próxima data é no MusicBox, no dia 29 deste mês, a partir daí estamos um bocado livres, vamos apresentando datas.
Mas já estão a agendar?
Não, agora ainda não. Estamos a chegar ao final desta tour de verão e agora vamos começar a planear toda a preparação do álbum e é fixe finalizar com a apresentação dele.
O vosso objectivo vai ser deixar as pessoas ouvirem e depois em 2017 voltarem a tocar mais?
Sim, e mesmo em 2016. Agora mal lançado o álbum é tentar investir em concertos.
Quais são os planos para o futuro?
Isso é continuar! Ou seja, em 2017 vamos estar a tocar músicas do álbum e vamos estar a tocar músicas do próximo.
…e em 2019?
(risos) Vamos ver como as coisas correm. Acho que era divertido daqui a um ano ou dois começarmos a ter por exemplo uma data em Espanha, por exemplo. Nós agora até concorremos ao Eurosonic e estamos a ver se vamos e depois a ideia é também começar a ver como é a experiência internacional e ver como as coisas correm.
“Pensar Faz Emagrecer” é editado hoje, dia 23 de Setembro, e o concerto de apresentação está marcado para o Musicbox, em Lisboa, a 29 deste mesmo mês.