Entrevista


Goat

Korpilombolo tem uma vibe muito aberta a todos os tipos de expressões culturais e artísticas e isso acabou por influenciar bastante a nossa música.


Com dois discos e performances únicas, os Goat estabeleceram-se como um dos nomes mais excitantes do panorama musical atual. O regresso ao nosso país para tocar no Milhões de Festa foi motivo para conversarmos com o sempre místico grupo sueco.

Vocês são oriundos da pequena localidade de Korpilombolo, no norte da Suécia. Sendo esse um local tão sui generis, acham que acaba por influenciar de alguma maneira a vossa música?
Nós começamos a tocar desde muito cedo, ainda em miúdos, a batucar com as pessoas mais velhas. Korpilombolo tem uma vibe muito aberta a todos os tipos de expressões culturais e artísticas e isso acabou por influenciar bastante a nossa música.

O World Music e o Commune foram muito bem recebidos pela crítica e pelo público. Esperavam esta resposta?
Definitivamente não. A maneira como os discos foram recebidos foi uma grande surpresa para nós.

Já afirmaram algumas vezes que os Goat não vão embarcar em longas digressões. Achas que o lado ritualista da vossa música se perderia se o fizessem?
Não é bem por causa disso. É porque não queremos tocar demasiado e tornar os Goat numa coisa redundante. Além disso, e mais importante, não queremos estar separados das nossas famílias por demasiado tempo. É mesmo fixe tocar ao vivo, mas só se for algo que não tens de fazer por obrigação.

Vocês falam muito de voodoo e magia negra. Que tipo de feitiçarias mais curtem?
Todos os tipos de feitiçaria positiva. Magia branca e todos os tipos de feitiçaria que contemplam a vida.

E recomendam algum livro sobre voodoo?
Ainda não lemos nenhum, por isso, não. Desculpa.

Sendo a vossa música uma lufada de ar fresco, o que é que vocês ouvem que acabe por vos influenciar?
Por acaso ouvimos de tudo, mesmo. Jazz, metal, hip-hop e tudo o que estiver entre esses géneros. E de todas as partes do mundo também. No fundo, tudo aquilo que nos estimular.

E planos para disco novo, há?
Quanto a isso não posso dizer nada. Tenho a boca fechada a sete chaves.

A Suécia é um país conhecido pela cena metal e pela música pop requintada. Como é que os Goat encaixam no panorama sueco?
A questão é que não encaixamos.

Certo. Ainda assim, não consigo deixar de notar alguns pontos em comum com a música de Fever Ray e os The Knife. Há alguma ligação entre vocês? Gostavam de colaborar com a Karin Dreijer Andersson, por exemplo?
Nós não nos conhecemos pessoalmente mas respeitamos imenso a música que eles fazem. De certeza que se surgisse uma oportunidade para colaborarmos não iríamos dizer que não.

Da Suécia para Portugal. Conhecem a cena musical do nosso país?
Excluindo o fado, não tenho bem a certeza. Assim de repente, não me lembro de nenhuma banda portuguesa, mas de certeza que já ouvi alguma nos últimos anos.

Regressam agora a Portugal para ser um dos nomes grandes do Milhões de Festa. O que é que sabem sobre este festival que se estabeleceu nos últimos anos?
As únicas coisas que sabemos é que se trata de um festival com um público que adora boa música e também qualquer coisa sobre uma piscina… certo?

E o que é que o público pode esperar dos Goat ao vivo?
Podem esperar algum fuzz, algumas máscaras e alguma dança. Ah, e um djembé.


sobre o autor

Carlos Vieira Pinto

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