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A gozar um sucesso razoável e saudável, o norte-americano Jeff Rosenstock mantém-se fiel a si mesmo e à sua música, sendo POST- a mais recente consequência disso. O disco, lançado de surpresa no início deste ano, desde logo começou a colher críticas positivas, e será apresentado em breve em Portugal, numa data única no Sabotage Club, em Lisboa.
Em breve darás início a mais uma digressão europeia, como é que te preparas para estes períodos longe de casa?
Normalmente envolve estar a trabalhar sem parar na série Craig of the Creek. Gosto realmente do programa e quero que a música seja espectacular. Mas passei grande parte da minha vida longe de casa, é parte daquilo que faço. Tento apenas lembrar-me de deitar o lixo fora e lavar a loiça antes de sair.
Conhecer locais novos e absorver culturas diferentes é uma das grandes vantagens de andar em digressão? Nunca bate a saudade de casa?
Conhecer culturas que não são a tua e passar tempo suficiente nesses locais de forma a fazer amigos é espectacular, quase não dá tempo para sentir saudades de casa. Gosto mesmo de conhecer novos locais. Adoro Nova Iorque mas os meus amigos estão actualmente espalhados por vários locais e viajar tanto é como termos várias pequenas casas pelo Mundo, e isso é, obviamente, muito fixe.
Em Portugal vais tocar no Sabotage Club, um pequeno e acolhedor clube de rock em Lisboa. Inevitavelmente será um concerto bastante intimista, no sentido em que estarás bem perto do público e vice-versa. É um ambiente que preferes em alternativa a alguns palcos maiores, como os festivais por exemplo?
Chamem-me maluco, mas gosto de tocar música em qualquer lado.
Contigo trazes POST- para apresentar, disco que editaste de surpresa no primeiro dia deste ano. O que te levou a optar por lançar o álbum sem qualquer tipo de aviso?
Já editei discos por minha conta antes e nunca tive que considerar um cronograma como quando comecei a trabalhar com a SideOne. Não foi mau ter aprendido a fazer isto da maneira correcta, mas apeguei-me ao imediatismo do errado. Estava a compor um disco que era URGENTE para mim, por isso pensei que o dia de Ano Novo seria perfeito, e honestamente, nessa altura achei que isso iria assustar toda a gente.
A verdade é que tal como Worry., este álbum está a ser bastante bem recebido por público e crítica. Numa indústria em que cada vez parece ser mais complicado singrar sentes que ambos são uma prova de que podes fazer algo de que gostas, nos teus termos, e mesmo assim ter sucesso?
Realmente não sei, essa seria uma alegação bastante arrojada. Penso que é um tiro no escuro. Tento focar-me em fazer bons discos e a garantir que quando tocamos ao vivo é igualmente bom pois tudo o resto está fora das nossas mãos.
As tuas raízes estão no punk, que sempre foi conhecido pela sua cultura e ética de trabalho muito DIY. Apesar de neste momento teres o apoio da Polyvinyl (e antes da SideOneDummy) sentes que isso pode ser uma vantagem uma vez que estás sempre motivado a fazer as coisas acontecerem independentemente dos meios que estiverem disponíveis para isso em qualquer momento?
Absolutamente, em todas as vertentes. Tenho noção que o sucesso é fugaz e saber que posso editar álbuns quer tenha ou não uma editora que queira trabalhar comigo permite-me fazer música que realmente me representa e gravar os discos que quero. Felizmente em ambas as editoras nunca tivemos problemas com os discos que entregámos. No entanto, caso desse à Polyvinyl um grupo de canções que eles não gostassem podia simplesmente fazer o lançamento e distribuição por correio sozinho. Gosto de o fazer. É divertido. Esse sentimento de liberdade não tem preço.
Politicamente os Estados Unidos vivem tempos agitados e isso acaba por naturalmente ter repercussões um pouco por todo o lado. Worry. foi editado um pouco antes de Donald Trump ser eleito presidente e POST-, não sendo um disco declaradamente político, tem as suas referências a esta América actual. Consegues olhar para o presente e ver alguma luz ao fundo do túnel?
Eu acho que a juventude da América é espectacular. São óptimos. Eles não estão dispostos a aturar mais esta situação de merda. Estão cansados de ser assassinados na escola. Nem consigo imaginar o medo de ir para o liceu, que por si só já é um pesadelo, e existir todo um potencial de sofrer um massacre. O nosso governo não leva esse assunto a sério, eles sabem-no, e mais cedo ou mais tarde vão votar contra esta velha guarda ignorante, racista, homofóbica e sexista.
Tens-te mantido bastante ocupado não só com este teu projecto mas também com a banda sonora da série Craig Of The Creek e com os Antarctigo Vespucci, que divides com o Chris Farren (dos Fake Problems). Como é que geres estas três diferentes vertentes da tua vida?
Com um sorriso e grande dificuldade.
Multi-tasker no Arte-Factos. Ex-Director de Informação no Offbeatz e Ex-Spammer na Nervos. Disse coisas e passou música no programa Contrabando da Rádio Zero. (Ver mais artigos)