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Foi durante a tarde desta quarta-feira, dia 30 de Março, que fomos convidados a assistir ao ensaio geral dos Linda Martini para o concerto no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, do próximo sábado, dia 2 de Abril. Foi na sala da Time Out Lisboa, ali ao lado do Cais do Sodré e, embora não vos possamos mostrar como está a soar (esse privilégio ficou para os presentes), podemos dizer que está a soar muito bem e promete bastante. Deu ainda para trocar umas quantas palavras com a banda acerca do concerto e do novinho “Sirumba” e essa conversa fazemos todo o gosto em partilhar convosco.
Sirumba é o quarto longa duração dos Linda Martini e sem dúvida que, apesar de usarem os mesmo alicerces, são quatro álbuns bem diferentes. Como tem sido o caminho até aqui? A evolução entre os quatro?
Hélio Morais (HM) – Nós nunca programamos o que vamos fazer. O que é mais comum é reagirmos ao disco anterior quando estamos a começar a escrever músicas para os discos novos. Do Olhos de Mongol para o Casa Ocupada, por exemplo, punham-nos muito o rótulo do pós-rock, então acabamos por fazer um disco mais no sentido das nossas raízes do punk-hardcore, depois no Turbo Lento acabamos por fazer quase uma síntese dos dois primeiros álbuns. E agora com este, como o Turbo Lento era um disco muito turbulento (risos), aquilo tinha muita distorção… tinha muito ruído… reagimos um bocado no sentido de fazer um disco com um som um bocadinho mais limpo, mais claro, não necessariamente mais calmo, mas com um som mais limpo.
Cláudia Guerreio (CG) – Sim, não é propriamente uma versão mais “pop” da nossa música, acho que há pessoas que o podem interpretar assim, mas não é propriamente isso, só não tem tanta distorção, ou seja, tu consegues perceber que no fundo é aquilo que nós fazíamos antes, mas a dar mais espaço para cada coisa.
São sem dúvida (e já há algum tempo) das bandas mais aclamadas a nível nacional. Apesar disso e de todos os grandes palcos que já pisaram, vão fazer a estreia no Coliseu. O que estão a preparar de especial e como?
Pedro Geraldes (PG) – Estamos a ensaiar, no fundo as músicas…
… estão a preparar aqui (sala da Time Out Lisboa) um lado mais performativo?
PG – Não, não… aqui estamos a preparar a parte técnica… perceberes logo… fazeres logo um som para a frente, a monição para nós…
CG – Ensaiar as músicas novas, que precisamos das ensaiar…
PG – Vamos tocar nove músicas novas, aliás dez, porque há uma que não está no disco, mas pronto, temos músicas novas para tocar, temos que as ensaiar, embora tenhamos gravado há pouco tempo.
Vão apresentar o álbum todo e fazer incursões por músicas mais antigas?
PG – Exacto, estamos a fazer um set onde tocamos músicas novas (é a apresentação de um álbum novo…) mas fazemos essas incursões por músicas antigas.
Não vão pegar no disco e começar a tocar numa ponta e acabar na outra? E só depois então tocar outras músicas.
PG – Não, não é essa a ideia. Vamos misturar as coisas.
Muita da opinião do público em relação a Linda Martini baseia-se na energia ao vivo. O que é que esse mesmo público pode esperar do Coliseu?
PG – É o mesmo…
Vão estar sentados? Já agora…
(risos) Não, não…
PG – Nós vamos, as pessoas vão ter de estar de pé. Nós vamos ter de estar sentados, entretanto…
O Hélio vai, não é?
(risos) ele vai sim…
André Henriques (AH) – Eu acho que isso é das poucas coisas que nós não conseguimos mudar muito. O som, obviamente que de disco para disco vamos procurando fazer coisas diferentes e o Sirumba também é reflexo disso, mas isso também é uma coisa que nós já sentimos ao vivo… ao vivo, na nossa sala de ensaios e agora aqui, é que as mesmas músicas que ouves no Sirumba, tocadas ao vivo, a própria performance faz com que aquilo seja tudo muito mais na cara, uma energia mais crua… e isso eu acho que se mantém, eu acho que tem um bocado a ver com a nossa natureza e a forma como nós aprendemos a tocar.
Se calhar o que em disco é mais artificial e necessita das distorções, etc. ao vivo já existe à partida…
AH – Sim. Em estúdio estás à procura das condições perfeitas, não é… dos tipos de som, da equalização, de tudo… ao vivo não tens isso, portanto ao vivo é um bocado o oposto, é um bocado a energia e a descarga sónica que está mais em cima da mesa e as pessoas levam com isso. E daí, obviamente ser uma experiência completamente diferente do que é a experiência em disco.