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No próximo dia 12 de Maio é editado oficialmente One With The Universe, o novo disco dos germânicos Samsara Blues Experiment. Serão cinco novas músicas onde a banda explora de forma mais intensa os seus sintetizadores sem nunca perder aquela aura que a caracteriza. Longe de Portugal fisicamente mas com o seu público no coração, falámos com Christian Peters (guitarrista e vocalista), que partilhou connosco um pouco do que é actualmente o universo Samsara Blues Experiment.
Olá, desde já obrigado por responderes às nossas perguntas e parabéns pelo excelente novo disco! Como é que se sentem com mais um lançamento?
De nada! Estamos satisfeitos com ele. Pessoalmente há coisas que podia ter feito de melhor forma, mas tivemos apenas três semanas para toda a produção, por isso está bem. Para além do “Revelation & Mystery” este é provavelmente o nosso melhor disco e fico contente que as pessoas se apercebam disso também, apesar de haver ainda uma grande sombra sobre o nosso álbum de estreia “Long Distance Trip”, em que mal conseguíamos tocar os nossos instrumentos (risos).
One With The Universe é o primeiro disco que fazem em algum tempo como um trio. Dentro do possível foi uma transição fácil de fazer ou levou algum tempo para se voltarem a ajustar a essa realidade?
Bem, demorou-nos quase quatro anos para nos ajustarmos, por isso sim, houve um grande trabalho da nossa parte nesse sentido e também muita conversa sobre como progredir após a saída do Richard. Mas estou realmente feliz com esta nova constelação, tal como o Hans e o Thomas!
Os Samsara Blues Experiment não são uma banda que goste de apressar lançamentos. Isso conjugado com esta alterações de formação, o trabalho extra banda e a vida em geral também deve pesar nesse tempo entre edições. A música acaba por funcionar mais como um escape ao dia a dia? Como é que gerem todos estes factores?
No meu caso vivo a música 24h por dia. Para além da banda trabalho para duas editoras, incluindo a minha Electric Magic, e sou também content manager para uma revista online de música. A música é praticamente a minha vida, todos os dias!
Gravaram este novo álbum no estúdio do Richard Behrens [ex-baixista da banda]. Ter alguém que já vos conhece tão bem facilitou todo este processo? Que impacto teve no resultado final?
Percorremos um longo caminho com o Richard. Tivemos algumas discussões na altura em que ele saiu mas também imensos momentos felizes. Ele é um amigo mas neste disco foi também um técnico de estúdio contratado, que adicionou a sua própria personalidade e ideias no processo. Estou contente com a sua colaboração! Ele sabe ao que queremos soar, o que é sempre bom. No passado já gravámos com pessoas que não tinham noção nenhuma sobre a nossa música por isso é extremamente necessário termos alguém que pode realmente entender e sentir aquilo que queremos expressar.
Editam mais uma vez pela Electric Magic, a vossa própria editora, e, por isso, acabam por ter total controlo desde o início ao fim de todo o processo que é fazer e editar um álbum. É algo que procuram também como banda? Nunca esteve em cima da mesa a hipótese de procurar uma editora que pudesse pegar nesse trabalho por vocês?
Sei que se calhar posso estar a ser demasiado frontal neste assunto mas não queremos mesmo ir parar a uma daquelas editoras de metal, que às vezes até têm coisas nos seus catálogos de alguma escumalha nazi, e que em geral tentam fazer uma lavagem cerebral ao público para comprar os seus lançamentos. E as outras editoras onde nos podíamos inserir (Elektrohasch, Heavy Psych Sounds, etc) são bastante semelhantes a nós na Electric Magic/World In Sound, com a excepção de que lhes estaria a dar dinheiro para fazer o trabalho que posso fazer por mim mesmo, por isso não vemos vantagem nisso.
Já falaram algumas vezes dos benefícios que a internet trouxe na divulgação da música. Acreditam que será cada vez mais esse o caminho? Não têm receio da forma cada vez mais efémera com que os discos são consumidos?
Não tenho grande receio disso e acho que ninguém devia ter. Somos todos um. Estou a antecipar o dia em que o dinheiro não terá mais nenhum papel na vida das pessoas mas provavelmente não estarei cá para o ver.
Têm já alguns concertos marcados para a Alemanha, França e Holanda. Estão ansiosos para ir mostrar este novo disco ao vivo?
Há já também outros países como a Grécia e o Chipre. Não estou ansioso ainda, mas mal posso esperar para que aconteça. Desejava que houvesse mais países, em especial no que diz respeito a Portugal (adoramo-vos!) mas os nossos bookers tinham as suas próprias ideias pelos vistos (risos). Por enquanto está bom, mas espero que assim que possível possamos adicionar mais países ao nosso mapa.
Quer dizer que uma visita dos Samsara Blues Experiment a Portugal em breve não está planeada?
Infelizmente não acontecerá tão cedo. Tenho esperança que seja para o próximo ano! Vou trabalhar nisso e tentar convencer os nossos bookers, prometo.
Este ano celebram o décimo aniversário da banda. Em retrospectiva, como é que vêem estes dez anos enquanto Samsara Blues Experiment. Se pudessem, mudavam alguma coisa no percurso feito até agora?
Bem, parece-me um bocado inútil estar agora a discutir coisas que gostaria de ter feito de forma diferente. Estou contente com muitas coisas e nós, e eu em particular, percorremos um longo caminho até ao ponto em que nos encontramos. Faço este tipo de música há já 17 anos! Descobri o stoner rock nos anos 90 e até nesse momento ouvia Black Sabbath e isso. Toquei música muito similar com os Terraplane, a minha antiga banda, e em outros projectos paralelos quando quase ninguém estava interessado nessa “música rock para velhos” (risos).
Está actualmente a acontecer um grande revivalismo da música rock e estou contente por fazer parte disso. Podíamos ter outra dimensão, claro, podíamos estar numa editora maior, ter uma maior promoção e por aí fora, mas por agora isto parece-nos bem e dá-nos uma enorme liberdade também. Estou grato com o que temos neste momento, mas desejava que mais pessoas se apercebessem do enorme número de bandas que há com qualidade e que merecem pelo menos uma ínfima parte da atenção que algumas “grandes bandas” (que estão em editoras de renome) têm. Ficaria mais feliz. O retro rock não é uma coisa nova, existe há vários anos. Tivemos grandes bandas como os Burning Saviors, On Trial, Nebula e House Of Aquarius, com enorme qualidade e que tocaram no seu tempo para dez pessoas… bem…
O novo disco One With The Universe é editado no dia 12 de Maio, com selo Electric Magic, e pode já ser escutado aqui.
Multi-tasker no Arte-Factos. Ex-Director de Informação no Offbeatz e Ex-Spammer na Nervos. Disse coisas e passou música no programa Contrabando da Rádio Zero. (Ver mais artigos)