//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
“A Catarse Não é o Fim” é o mais recente trabalho de Bruno Celta, lançado a 24 de Maio pela Farol Música no licenciamento digital.
Ao contrário de álbuns e projectos anteriores de Bruno Celta, “A Catarse Não é o Fim” não tem a componente crua do rock. É um álbum assumidamente Pop Rock / Emo onde as guitarras continuam a acompanhar a voz, ambas com um lugar de destaque que confere uma originalidade ao panorama Pop actual em que a guitarra deixou praticamente de existir, mas com um polimento sonoro com a sensibilidade de um Pop moderno.
A voz completamente gravada sem a ajuda do Auto-Tune (como faz questão de estar expresso no próprio CD), é outra lufada de ar fresco no panorama musical actual.
É um álbum que fala de paixão, demónios interiores e a vontade de viver a vida em pleno apesar das adversidades.
Totalmente composto, interpretado (todos os instrumentos e programação de bateria), gravado, misturado e produzido pelo próprio Bruno Celta.
A primeira faixa do álbum e a que dá o mote para o instrumental rico em guitarras ambientais e leads orelhudos, baixos pulsantes e melódicos e baterias ritmicamente originais e cativantes.
É uma introdução instrumental ao álbum, que deixa o ouvinte no mood de saber o que aí vem mais.
A apresentação da voz.
Nesta faixa está bem presente a influência R&B no baixo e na bateria.
As estrofes são dançáveis com o groove funky das guitarras e os refrães são poderosos, quer instrumentalmente com as guitarras assumirem as descargas semi distorcidas, quer vocalmente com a voz a explodir em melodias fortes que contrastam com a suavidade das cantadas nas estrofes.
Liricamente aborda o tema da paixão com alguns innuendos bem conseguidos.
Como indica o título, a temática desta faixa é o amor mais ardente, vivido ao limite.
Instrumentalmente prima pela atenção ao pormenor de linhas de guitarra.
Dedilhados e leads cruzam-se ao longo da faixa, dando a ilusão ao ouvinte que já os ouviu antes e ao mesmo tempo dando a curiosidade auditiva que se mantém até mesmo ao fim.
Ao nível do baixo e bateria, o ritmo é duma originalidade que mantém a canção fresca e com vontade de a voltar a ouvir.
Vocalmente caracteriza-se por um hook muito orelhudo, logo ao início até porque começa logo com o refrão.
Tem a particularidade de ter os dois primeiros refrães com 3 compassos e os dois últimos com quatro. Mas isso passa completamente despercebido ao ouvinte.
Tem uma secção instrumental com um solo de guitarra muito bem construído por cima de riffs poderosos ao qual o baixo se junta à guitarra para lhe conferir peso, enquanto a bateria cria de novo ritmos originais e apelativos.
Nítida influência Emo nesta faixa.
Marcada por um refrão muito potente, vocal e liricamente (“Ajuda-me a ser, a pertencer a algo, sem fugir de mim. Perdido na mais escura das noites, quando não estás aqui.”), mas igualmente melódico e emocional.
Recheada de guitarras ambientais ao longo das estrofes, um lead que iguala a voz no carisma emotivo no refrão, com uma secção instrumental para o solo de guitarra, pesada e contida criando a tensão necessária para os refrães finais avassaladores.
O ouvinte é levado numa viagem sónica familiar mas ao mesmo tempo original.
A faixa mais influenciada pelo Blues, até mesmo trilhando uma ambiência mais Jazzy no solo de guitarra.
Guitarras com dedilhados ambientais a evocar uma melancolia estranhamente nostálgica.
Bateria e baixo numa conjunção rítmica espaçada que deixa a voz brilhar e entrar pelo ouvinte com uma melodia carregada de sentimento.
Letra a puxar ao bom velho Blues abordando o tema da paixão, desejo e anseio.
A bateria lidera este tema com um ritmo frenético incessante ao qual se junta o baixo hipnótico, criando uma ambiência dançável ao qual é impossível ficar indiferente.
As guitarras acrescentam a este frenesim com leads que se repetem em delays prolongados e etéreos.
A voz traz a calma necessária na primeira parte da faixa com uma melodia grave e serena que mantém a tensão que sabemos que vai explodir mais à frente.
E assim é na segunda parte da canção quando a voz se eleva e finalmente rebenta como uma onda à beira mar.
Esta faixa tem a particularidade de ter um refrão cantado e um pós refrão instrumental onde a melodia da guitarra toma conta.
Crescendo vocal no fim, com as vozes à roda do ouvinte numa espiral sónica, terminando em águas calmas mas turvas.
A bateria finaliza o que começou.
Entramos no terceiro acto onde se destaca o Rock.
As próximas três canções são as mais rockers do álbum, a começar por esta.
As guitarras crescem na distorção e a bateria torna-se mais agressiva.
Riffs a puxar ao Garage, baixo melódico a puxar ao Grunge, voz lá no topo a puxar ao Chris Cornell. Aliás, esta é uma influência bem marcada em todo o trabalho vocal ao longo do álbum.
Secção instrumental melódica com o lead de guitarra a abrilhantar o riff mais pesado, num contraste sonoro agradável e envolvente.
A faixa mais agressiva de todo o álbum.
Esta canção traz a si todo a temática da paixão pela vida mesmo nas adversidades que dela fazem parte. Não desistir, não render.
A voz é o veículo que transporta toda essa ideia. E fá-lo com uma garra e emoção que não deixam ninguém escapar ao seu aperto. É um tema com o qual todos se conseguem identificar pois todos temos a nossa dormência a ultrapassar para viver em pleno.
Instrumentalmente o tema não destoa do assunto. Bateria, baixo e guitarras a trabalhar em conjunto, criando uma parede sónica pesada que acompanha maravilhosamente a voz do início ao fim.
O refrão que será mais gritado ao vivo, sem dúvida.
O álbum termina com um mini épico muito Stoner Rock.
De novo um instrumental poderoso, com todos os instrumentos a criar um bloco sonoro.
Leads de guitarra melódicos cortam esse bloco com subtileza.
A voz é calma nas estrofes, num tom mais grave e épica nos refrães, com um hook que fica imediatamente no ouvido à primeira audição (“Estás aqui, longe de mim, para sempre. Sempre.”), fazendo-nos cantá-lo quando o tema acaba.
E acaba em fade out, numa orquestração melódica de guitarras a cair para o infinito.
Final perfeito para um álbum que bebe quer do retro quer do moderno.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)