oLUDO

Abraço
2017 | Edição de Autor | Indie Pop, Rock

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Os nacionais oLUDO entram em 2017 com a edição do seu quarto trabalho de estúdio. A banda composta actualmente por Davide Anjos, João Baptista, Paulo Ferreirim, Nuno Campos e Luís Leal edita a 17 de Março “Abraço“, disco que conta com as 9 músicas aqui descritas faixa a faixa pelos próprios.

#1 Abraço

Esta música surgiu num fim de semana que estávamos a passar na ilha da Armona. Fizemos uma pequena melodia que acabou por ficar guardada e não foi usada em nenhum disco. Enquanto escolhíamos os temas para este disco, fomos confrontados com uma nova abordagem trazida pelo Davide durante uma temporada no Rio de Janeiro.

Essa cidade acabou por ser uma parceira nesta música, foi lá que surgiu a ideia das duas linhas de guitarra que conduzem a canção, e a melodia da voz. A letra fala sobre a relação íntima entre a cinza e o fogo. Como se a cinza fosse um amor passado e o fogo ardente de um novo. O abraço acaba por ser uma constante entre um e outro, seja a dor da despedida ou o afecto redobrado de uma nova etapa.

Aqui o Rio de Janeiro num misto de reflexão, solidão e saudade trouxe o que faltava, o caminho deste “Abraço”. A nova jornada da banda reflete-se muito neste tema e nesta letra, bem como a ligação eterna entre o Rio de Janeiro e o “Abraço”.

#2 O que não se vê

Mas mais uma vez o oceano teve a sua influência, e durante a temporada do Davide no Brasil, a melodia surge num barco onde se encontrava. Nós por cá, já andávamos às voltas com a música há muito tempo e o Nuno acabou por “montar” em cima das faixas que íamos gravando a melodia que o Davide gravou com o telefone. E durante a pré produção ainda ouvíamos o motor do barco…

A letra já estava escrita há também algum tempo e acabou por dar um laivo de fé a uma canção que estava quase esquecida. É muito escura. Fala sobre azar, entendimento mútuo e chamadas de atenção.

#3 Sangue e Esperança

Esta música espelha um bocado da alma Portuguesa, este orgulho que temos no “verde e vermelho”, e estas serem eternamente as cores que espelham a nossa vida. Foi bastante “rodada” e acabámos por fugir um pouco ao convencional. O próprio sample da introdução e a voz da Teresa permitiu-nos dar uma abordagem diferente e mais electrónica ao tema.

#4 Quero o que não vejo

Este tema é sobre a dificuldade que temos por vezes de dizer o que nos vai na alma, por sabermos que vai magoar alguém. Preferimos mentir, esconder e até evitar estar com quem devíamos ter falado. É uma defesa que criamos inconscientemente.

Musicalmente é muito agarrada e contida nos versos, quisemos depois que fosse mais directa e aberta nos refrões, não foi fácil porque fugia um pouco “às rédeas” de vez em quando por ser rápida. Mas acabamos por gostar do resultado final.

#5 Alma que pensa

Composto inteiramente ao piano foi inicialmente pensado como instrumental. O Luís escreveu a letra ao ouvir a gravação inicial do piano e enquadrámos a letra na harmonia. Esta canção fala sobre a coleção de momentos de que é feita a vida. Aceitação, união e pertença.

#6 Mentiras Sinceras

Foi o tema pioneiro deste novo disco. Tínhamos o refrão e os versos feitos mas, não estavam encaixados na mesma canção. Como se fossem duas peças de diferentes puzzles. Quando começamos a estruturá-la, as duas peças encaixaram perfeitamente. A Teresa teve um papel muito importante na “abertura” que quisemos dar aos refrões.

A canção fala-nos de quem nos tornamos quando nos fechamos em nós. Mudamos interesses, formas de estar e submetemo-nos a vícios para estarmos bem.

#7 Tango para a Ana

O João escreveu a letra para o Davide e para a Ana (esposa), quando estava próxima a partida para o Brasil. O sentimento de afastamento entre duas pessoas, e a vontade de estarem unidas deu o mote para começarmos a trabalhar no tema.

A música tinha já dado pequenos passos antes, mas só com a voz é que a completamos. Foi quase imediatamente que ficou completa. Deve ter sido das canções mais directas e “rápidas” deste disco.

#8 Lado Negro

O Davide escreveu a letra que retrata um pouco a nossa vontade de procura de um lugar melhor, de uma melhor condição através da nossa capacidade de nos reinventarmos e de nos adaptarmos, sendo o “Crocodilo” uma metáfora para o nosso LADO NEGRO.

Fomos influenciados pela sonoridade de Nação Zumbi e por uma sequência de acordes trazida pelo Luís.

#9 Procura

Esta música foi a que ficou mais tempo para ser acabada. Tínhamos um sample com uma “imitação” de um banjo que o Davide fez com um bandolim e numa sucessão de ensaios, conseguimos completá-la à nossa maneira.

O tema fala sobre a procura constante por aquela pessoa que queremos e com quem queremos estar. Aquelas relações que temos mesmo de procurar muito para encontrar quem queremos nem que para isso tenhamos de voltar ao sítio inicial, à estaca zero.


sobre o autor

Arte-Factos

A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)

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