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“Boavista“, o primeiro longa-duração de Gonçalo longe dos seus Long Way to Alaska, foi editado fisicamente no passado dia 17 de Novembro, com selo da Lovers & Lollypops. Gravado e produzido pelo próprio e João Moreira, conta com a participação de André Simão (La La La Ressonance), Filipe Azevedo (Sensible Soccers), João Moreira, João Pereira (Guilty Ones), Jorge Queijo (Torto), Pedro Oliveira (peixe : avião) e Sérgio Alves (Marta Ren).
Carrosséis é o pontapé de saída do Boavista. Uma extensão do QUIM, o meu primeiro EP, que se abre na imensidão deste disco. É um suspense continuado, envolto num solo do Filipe Azevedo (sensible soccers) que nos leva às voltas na volta do imaginário. Também o Pedro Oliveira (peixe : avião) e o Sérgio (Marta Ren) me fazem companhia neste tema. A base deste tema foi a primeira a ganhar forma em 2014. Desde então, sabia que ia abrir o disco com ela.
A música do sol nascente. É um crescendo eletrizante levado a braços por um loop de guitarra bem ao meu gosto. É uma explosão que atira este tema para uma calma súbita numa frase de piano que embala os últimos acordes antes da Tempestade. Também o Pedro e o Sérgio vieram comigo nesta viagem de um tema cujas primeiras notas foram lançadas pelo ano de 2014.
É a tensão e a agitação de uma tempestade em muitas teclas de um piano. Um tempestade seca de relâmpagos em Fá maior.
Porque depois de todas as Tempestades vem a Bonanza, também na Boavista não foi excepção. Este tema teve a sua roupagem virada do avesso vezes sem conta. No final, o Jorge Queijo (Torto) e o Sérgio Alves ajudaram-me a vesti-lo da maneira que merece. É um baile valsado com a intensidade que este disco exige.
Como toda a maré, embala. É um porvir de algo maior. Uma preia-mar cadente depois de uma Tempestade. Um mar que cresce.
Um mar que cresce até se tornar bravo, com toda a pontuação de um grito lançado aos setes mares que se tocam. Neste, André Simão (Dear Telephone) e Sérgio Alves navegaram as águas na mesma embarcação que eu. É, porventura, o tema mais intenso dos 9 que trouxe comigo. Essa deve-se ao João Moreira, que sempre soube preencher as entrelinhas do tema.
Um brinde a quem brinda comigo. Um brinde de amigos que abrem uma Champagna quase no cair do pano. No cair do piano. Champagna é o primeiro avanço deste disco, é um espelho de amigos, uma lufada de ar fresco. Este disco passa por várias camadas estéticas. Talvez seja fácil ouvir este Boavista como uma transição entre o primeiro EP e algo que há-de vir. Não vejo Champagna como um um cartão de visita do género musical do disco. Antes como um elemento que lhe dá essência na sua disparidade. Não fundo é assim que sinto este disco. Diferente no seu interior. Diferente do que o rodeia.
Na curva sobre a reta final do disco, vem Senna. Um som difuso que nos agarra e prende ao crescendo. Um clímax antes da morte do longa duração.
Quiçá a última criação a entrar em Boavista. Um abrir de cortina ao que de novo poderá de vir no futuro. Uma transição. Um salto. Uma viagem por todas as teclas do piano. Um dançar em campos harmónicos e escalas maiores. Um adeus vindo da Boavista. Um até já. Loopem este disco tal como eu lhe loopo o som.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)