“Cabo da Boa Esperança“, segundo longa-duração da banda composta por Hugo Cardoso e Gonçalo Alegre, percorre através da repetição e memória de ritmos, melodias ou frases a acústica do Carmo’81, entre o post-rock, o indie e a electrónica, acompanhados pelos ouvidos, mãos e ideias de Nuxo Espinheira.

O tema que introduziu a vontade de mudança dentro deste “Cabo da Boa Esperança”. Acabou por ser um guia desta Viagem. Beat, menos floreados…um caminho mais “concreto”. Mudanças de andamentos que foram surgindo naturalmente e que fez com que a exploração das vozes ganhassem outra dinâmica.

O único tema do disco que já vinha de algumas ideias do “Anjos Também Cantam” mas direcionada para outra abordagem. A linha de baixo inicial surge de uma tentativa criada na estrada no disco anterior e que ditou o desenrolar do tema. Existe uma secção um pouco “fora” do tema quando cantamos “Palpitação, corta o ar” voltando de uma maneira mais intensa ao início do tema.

Um processo de composição parecido com o anterior com a curiosidade de a letra ter surgido de um amigo numa residência artística. Estávamos a fazer um jogo de palavras para desbloquearmos a mente. Partiu dele… ajudou-nos bastante. As vozes criam uma dinâmica bastante interessante mudando mais à frente para algo mais repousado… subindo novamente a dinâmica na parte final. A respiração é importante.

O single que escolhemos para representar este disco. Tem tudo aquilo que nos liga, respiração, mudanças de flow, intensidade, floreados, dinâmicas… Um tema que nos diz muito e que temos muito prazer em tocá-lo. Quando gravámos a primeira vez numa residência artística e ouvimos foi a primeira vez que sentimos que estávamos a chegar onde queríamos.

Respiração, é como vemos este tema no disco. Ausência das vozes e “apenas” groove. Focámo-nos em alcançar algum tipo de mudança dentro do conceito explorado. Está em constante mudança de dinâmica, acabando a desvanecer.

O mais violento. Depois de uma respiração surge uma chapada – é assim que o vemos. Uma linha de baixo bem eléctrica e louca que deu o mote para o que vem, foi só ouvi-lo. Quisemos explorar as vozes no sentido de dar uma sensação contrária ao instrumental, relaxado e com uma métrica mais corrida – isto na última estrutura do tema. Um desafio fazermos isto ao vivo. Óptimo!!

Uma espécie de Drum n Bass que introduzimos também para fazer a passagem para o último. Bastantes pormenores a acontecer com o decorrer do tema. Camadas sobre camadas, cada uma a surgir onde deve surgir. Nada aparece.

O tema que talvez saia mais da linguagem mesmo de Galo. Tínhamos vontade de compor algo mesmo fora do que somos instrumentalmente. Um beat criado pelo nosso Rafael Farias (fotógrafo e gestor de conteúdos do Galo) e melodias bem harmoniosas que nos levam a sentir o Bem… somente o Bem…verdadeiro. Sintam o Bem, Façam o Bem… Pelo Bem.