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“Caged Birds Think Flying is a Disease” é primeiro longa-duração dos bracarenses This Penguin Can Fly e foi editado este ano. Gravado e produzido nos Estúdios Lobo Mau, em Guimarães, por José Pedro Caldas, este disco é um trabalho pujante, sujo, ritmado e orgânico, e está aqui explicado faixa a faixa pela própria banda.
É a primeira música do disco por dois motivos: queríamos arrancar o álbum a dar um autêntico pontapé a quem ouvisse, é a nossa forma de querer começar com toda a força, vontade e fúria; depois, é a nossa primeira viagem pelo mundo com sonoridades que nos remetem para o deserto. É uma tónica que depois se verifica na generalidade do disco, há sonoridades de várias zonas do mundo. É a nossa “libertação”.
A fúria do primeiro tema dá lugar ao groove com que começa este segundo. Aqui mostramos também uma faceta algo diferente do que tínhamos apresentado no EP que tínhamos editado, ao explorar novas texturas e camadas. A segunda parte da música transforma-se numa festa de rock com afrobeat. Passamos do deserto para África, num piscar de olhos. É também o tema que entra logo em evidência a presença do Márcio, nosso baixista que entrou para a banda já quando estávamos em estúdio.
Começa com voz, duma forma que nos faz sentir que há algo que vem do fundo e quer crescer. Sendo uma banda instrumental, quisemos aqui incluir este elemento surpresa. É um tema pujante, que conta uma história por si mesmo, e que nos desafiou bastante na composição do mesmo. Há quem diga na banda que é a nossa melhor composição, mas uma coisa é certa: tem o melhor título de sempre.
É a maior viagem emocional que alguma vez criámos. Por um lado, começa como o tema mais calmo de todo o disco e a meio caminha para uma ambiência de raiva e revolta. É um tema, a nosso ver, bonito que conjuga elementos da bossa nova com guitarras a roçar o fado. São tudo elementos que contribuem para a tal viagem que nos propusemos a fazer com o disco pelo mundo. Não há convenções ou limitações em nada.
É um interlúdio, um intervalo de pouco mais de dois minutos, gravado em casa pelo guitarrista, sozinho. É das coisas mais genuínas que pode haver, pois não sofreu qualquer tipo de edição ou produção. É o que é, apenas.
Tal como o nome indica, há aqui muito do samba, na guitarra, no baixo e na bateria. É o tema mais longo do disco e que mais altera dentro dele mesmo. Foi das primeiras músicas que foram compostas e que ditou muito do que seria o trabalho no geral. É para dançar.
É a música mais antiga do disco e que decidimos que iria ser a primeira amostra do mesmo. Soa a oriente e, como tal, tem um videoclipe todo ele filmado em Shanghai, na China, onde quisemos captar o quotidiano daquela cidade. Foi a primeira música que criámos com um elemento-extra que soava a algo doutro lugar. É um tema muito especial e o título significa ‘Alice’ em português, uma menina que nasceu, filha dum grande amigo nosso.
É a música mais melancólica e a que mais arrepia também. Aqui tentamos explorar uma área bem conhecida nossa, nomeadamente o post-rock. Digamos que durante todo o disco tentamos fugir do post e criar algo mais direto, poderoso, dançante e ritmado, mas aqui é a melancolia e introspecção que nos guiam. É fechar os olhos e irmos até onde quisermos. Como nos disse alguém no final dum concerto: “Só fechei os olhos e pensei ‘leva-me daqui, puto..!’”.
É o nosso adeus, a nossa última música, o nosso desaparecer e findar da longa viagem. É a nossa forma de dizer adeus, de missão cumprida mas em festa. Um adeus festivo. É também um tema muito especial por ter elementos novos na nossa sonoridade, nomeadamente os sopros. É uma música sobre os afetos, as nossas ligações e relações. É a melhor forma de encerrar o disco.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)