Dela Marmy

Captured Fantasy
2020 | KPRecords*KillPerfection | Dream Pop

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Dela Marmy, projecto em nome próprio de Joana Sequeira Duarte (ex-The Happy Mess), edita hoje, dia 27 de Março, o EP “Captured Fantasy” pela KPRecords*KillPerfection.

A produção deste EP ficou a cargo de Charlie Francis, versátil e experiente músico/produtor inglês, que, ao longo dos seus 30 anos de carreira, tem trabalhado com bandas e artistas internacionais, entre os quais Manic Street Preachers, R.E.M., Kaiser Chiefs, The High Llamas, Toyah, Robyn Hitchock. Fruto desta colaboração, Joana percebe que tem em mãos um álbum de maior maturidade e consistência, ainda assim, sem prescindir da ingenuidade intrínseca às suas composições.

Composto por cinco temas, cada um deles é uma pequena viagem que nos pede tempo, por não serem óbvios. É um disco atento aos detalhes, às pequenas coisas, às pequenas histórias. Atento às margens, ao marginal. Que apetece fazer voar e fazer pensar. Intimista e universal, sim, um paradoxo.

#1 Flying Fishes

Na criação desta canção propus-me a trabalhar a ideia de mantra, seguindo a repetição em espiral de forma leve e positiva, encontrando um lugar de conforto e estado de alma apaziguado com o contexto exterior; um encontro entre o cosmos e o indivíduo. A partir da música, a Raquel Serejo Martins escreveu a letra, linda por sinal, manifestando um estado entre o real e o sonho, entre o desejo de mudança e a perfeita aceitação da vida, evidenciando a importância da presença do outro na vida solitária de cada um de nós “Swimming birds, Flying fishes”.

#2 Tempest

Preferia nunca ter escrito este tema, que dá nome ao EP “in a broken captured fantasy”. O planeta morre, ou nós, humanos, morremos no planeta, porque a Terra há-de reinventar-se sem nós. Somos um exército auto-destrutivo, com valores corrompidos, superficiais, podres à nascença.

#3 Old Human

Compus “Old Human” à volta de uma sensação física e emocional de fragilidade, sensibilidade, solidão, proximidade, corpo coeso e flutuante, corpo auto-consciente, ancião, milenar, entre ruas despidas e sem rumo, mais um corpo, um número entre os demais biliões de pessoas que habitam o planeta. Uma dança no silêncio, uma dança sem destino e sem tempo, um cão que vagueia, a importância do sol e da noite em qualquer corpo, uma reflexão intimista sobre as prioridades e valores básicos da vida.

#4 Not Real

Abanar as certezas que cada um de nós tem sobre a percepção do Real tem sido um dos meus temas de pesquisa e trabalho: viver numa fantasia/realidade que não é reconhecida, passar e pisar o limite dos padrões sociais, estender e contornar as fronteiras do Real, inventar, sugerir e arquitectar horizontes mais amplos à vida, finita, que inevitavelmente vivemos.

#5 Take Me Back Home

Escrevi a letra de “Take Me Back Home” durante uma viagem de vários dias que fiz sozinha. Voltei a casa e colei os pedaços do que tinha escrito; trouxe comigo os medos e a confiança de quem se deixa ir. Musicalmente tem um sentido de viagem, continuidade e conforto. Tive certeza que este seria o tema indicado para juntar um rap, que rompesse – ou desse outra cor – à moldura confortável da minha figura. Felizmente, o Clayton Georges (aka TYTUN) aceitou, escreveu e gravou.


sobre o autor

Arte-Factos

A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)

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