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“Cut“, o segundo-longa duração dos Dear Telephone, denuncia logo nos seus primeiros momentos um rumo diferente com a banda a transportar-nos para outro lugar. Foi editado no final de Outubro pela PAD e é agora aqui explicado faixa a faixa pelos próprios.
A primeira personagem entra em cena: um lobisomem deprimido com o seu nine-to-five num escritório anónimo, descrito por uma admiradora aparentemente secreta. Imaginamos-lhes em volta uma espécie de Gotham City, escura, fumarenta e mágica. A canção tem o passo repetitivo e pesado do quotidiano neste lugar, visto pelos olhos de ambos.
Alguém cansado de procurar inspiração, encontra-a na lufada de vento que lhe entra pela frincha da janela. Uma canção de respiros e pausas, de hesitações e arranques, que acaba a 180km na autoestrada, de vidros abertos.
O último tema que escrevemos para o álbum. Surgiu do nada, de um drive imprevisto, de um teclado insólito. Dançante e compassado, descomprometido, é uma ode à nobre arte de se ser o que se quer, quando se quer.
Faixa-título, descreve um set de filmagem e explora a fronteira entre a realidade e a ficção, os movimentos das personagens entre o guião e a vida real. Até desembocar num ostinato onírico, pesado, onde tanto as vozes reais como as imaginadas cantam a mesma melodia.
A balada do disco, diretamente inspirada no clássico de Edward Hopper, a que procura dar vida e movimento. São 4 cenas, cada uma com as suas personagens, descritas pela rapariga atrás do balcão, que termina debruçada sobre ela própria e a sua própria vida.
Uma canção rápida, direta, nervosa, sobre mania da perseguição.
Uma canção lenta, intensa, também direta, sobre ilusão. Sobre alguém que se perde e anula na própria ilusão. E está bem assim.
Um coro de vozes canta o tempo a passar numa cidade pequena, a inventar horizontes longos.
A primeira pessoa que alguma vez existiu. Que inventou os rudimentos da ironia, da hipocrisia, da diplomacia, da amabilidade. A grandeza do tema deixou-nos sem palavras e com um refrão solitário; um quase-instrumental, onde uma ideia é cercada mas nunca chega a ser apanhada.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)