//pagead2.googlesyndication.com/pagead/js/adsbygoogle.js
(adsbygoogle = window.adsbygoogle || []).push({});
Os From Atomic são uma banda que nasce em Coimbra, em 2018, pela ideia de Alberto Ferraz desafiar Sofia Leonor a fazerem algo em conjunto, aos quais se juntou mais tarde Márcio Paranhos, formando-se assim o núcleo ‘atómico’.
“Deliverance“, álbum de estreia, é hoje editado e tem selo da conimbricense Lux Records. Gravado e produzido nos estúdios da Blue House por Henrique Toscano e João Silva, tem mistura e masterização de João Rui, contando com colaboração em uma faixa de Rui Maia (X-Wife, Mirror People).
Nas palavras dos From Atomic, “Deliverance” apresenta-se como uma descida às profundezas inerentes ao processo de concepção de identidade. Intemporais, as palavras reagem ao impulso incontrolável de procurar entender como sentir e aceitar o mundo. Ao expor as fragilidades que tanto nos atormentam, ousamos acreditar que o que nos rodeia poderá não ser (inteiramente) real. Um sentimento de alienação corre nas veias de cada verso e cada compasso. O conflito é palpável à medida que descemos essa escuridão, mas a representação daquilo que nos define, desaba na vontade de sentir que há escolha, que podemos de alguma forma mudar a nossa natureza. O ímpeto que circunscreve este primeiro álbum é uma confrontação constante com o nosso reflexo e instiga o passado a suspirar ao ouvido, enquanto golpeia as memórias que nos escorrem pelas mãos.
A referência do porquê nos terem rotulado de “dream pop, fresh wavy, magical, atlantic flavour” (in Tosta Mista, com Álvaro Costa). Primeiro single da banda, com gravação e videoclip feitos literalmente na garagem. A escolha da música para tema principal fez-se com uma sondagem/votação entre amigos dos três membros da banda. Ganhou este tema. Intervenção divina?
Introspecção, viagem pelo “inner self”, revelação da alma a si próprio. Bem na senda do título do álbum, é uma música de liberação, redenção, emancipação.
Com uma frescura e ligeireza que tentam trazer um pouco de variedade ao som que caracteriza os vários temas. Não podemos sempre queixar-nos dos fantasmas, há que os espantar de vez em quando.
Mas se não os podes espantar, junta-te a eles. Uns pozinhos de Yeah Yeah Yeahs, uma pitada de Joy Division, salteada com o cunho pessoal de cada um dos from atomic, esta é uma música que fizemos para dançar até cair para o lado.
O título deste tema é uma homenagem aos Modern Eon, que inspiraram o baixo. A letra acaba por conter uma fórmula inerente a qualquer linha de tempo, ao solenizar de certa forma uma letra dos The Smiths; se passarmos a vida a fazer algo que não gostamos realmente, nunca vamos ser felizes. Independentemente do tempo que passe, no individuo tudo se renova, tudo se repete.
Com o título completo “Where is Juliette”, este é um tema com letra inspirada numa viagem a Verona e em todo o cenário mágico-romântico-dramático encontrado naquela cidade e em alguns espaços em particular, em torno da famosa história de Shakespeare. “All those coloured notes” do refrão, evoca o local mais conhecido da cidade, que apesar de descaracterizado pelo turismo de massa, consegue manter uma aura que abafa os barulhos exteriores.
Epítome do que significa From Atomic: do simples átomo à máxima potência nuclear numa mera música de alguns minutos, aqui fica um pequeno vislumbre da banda; este tema, que se inicia só com voz e três notas de baixo sofre uma evolução contínua num crescendo de forma até à explosão final. Num ambiente aerial from atómico, a letra lembra que há sempre duas faces da moeda. E não, não fala de bifes.
O single escolhido para apresentação do álbum, que dispensa apresentações, com toda uma história e conceito revelados na apresentação do mesmo ao público. Deixamos o lamiré para quem não leu: ambiente twin peakiano, com batidas dramáticas, bem marcadas, para lembrar a personagem de que o coração ainda bate, apesar da dúvida permanente. Refrão vibrante feito de propósito para ficar no ouvido como uma carraça que não despega.
Os nossos olhos são ingénuos… demasiadamente ingénuos; sem os outros sentidos, crêem em tudo o que vêm, acreditam piamente no que lhes dizem, não distinguem o certo do errado, são como crianças, susceptíveis de aceitar os rebuçados oferecidos por um qualquer estranho.
Adaptada de uma música original do nosso Alberto Ferraz, feita para outro projecto, mas que em bom tempo a trouxe para nós. Potente, vibrante, Lights permite-nos criar um momento de grande fulgor e energia. Tanto altamente sincopada, qual zona de montagem de uma fábrica do século XIX, como destabilizadora com guitarras berrantes, cumpre o papel trazer luz àquele “sonho” infindável que não sai do modo “repeat”.
A simplicidade da letra e das notas mascaram este tema que nada mais é do que uma música de intervenção moderna. A individualidade de cada um a si pertence tal como a interpretação que cada um fará desta Shapes, criando a sua própria opinião da mesma.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)