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Todas estas canções foram gravadas por José Manuel Fortes, à excepção dos temas Opinião e Estátua, gravadas pelos próprios Lavoisier, também à excepção das mesmas, todas foram gravadas por take directo, com os arranjos a serem adicionados posteriormente
Esta música foi pensada com o mar literalmente a olhar para nós, de uma janela pequena. O seu imaginário deambula perante vários cenários, que contam estórias de alguém ou algo, que viva na condição de vizinho do Oceano.
A intenção de um tempo/época específica não existe, ela pode existir num passado, presente ou futuro. Todos os arranjos desta música foram gravados num pequeno quarto no Baleal.
Esta canção existe porque houve um convite do Luís Belo, que tentando reunir poetas de Viseu e arredores, convidava músicos para musicar alguns desses poemas. A nós lançou-nos o desafio de musicar algo de Judith Teixeira, o qual correspondemos com a escolha do poema a Estátua. Pareceu-nos muito interessante a maneira como a Judith, focando algo frio e sem vida como uma estátua, lhe dedica um suspiro de amor e de angústia. E desta maneira poder homenagear a sensibilidade dela, da poetisa mas também da mulher, que tantas vezes tem sido esquecida no campo das artes. Este tema foi todo gravado em casa, tendo sido mais tarde entregue ao José Fortes que miraculosamente a tornou numa realidade.
A ideia deste tema surge com a intenção de resgatar uma imagem de sensualidade que possa haver no Vira do Minho, contrastando com o seu lado mais obscuro, característica essa que pensamos existir de uma forma latente em muitos dos temas populares que visitamos. A fim ao cabo tentou-se capturar a essência do Vira expondo os seus contornos dissonantes agregados numa misteriosa languidez nocturna. Daí que a sua convergência num “soul”, rodeado de vozes que suscitassem esse ambiente carregado de melancolia e dissonâncias trouxesse algum bucólico, acompanhado sempre de um certo psicadelismo. A escolha do Marcolino, para seguimento do Vira, foi nos “imposta” pela forte admiração que temos do Sr. Fausto Bordalo Dias, e pela insistência desta bela canção estacionada no nosso imaginário para sempre.
Todo este tema foi gravado numa casa no Funchalinho, e mais tarde misturado pelo José Fortes. A ideia surge de uma canção antiga onde meramente se cantava: “Se você soubesse”, que mais tarde originaria a versão actual do Opinião. A letra parece encontrar uma realidade ditada por opiniões, que culmina na busca de uma verdade que nos salve desse paradigma bastante actual
Depois de uma amiga nos ter oferecido um pequeno flyer serigrafado com o poema Viajar de Fernando Pessoa (ortónimo), este permaneceu durante algum tempo encurralado entre um íman e um frigorífico, que nos acariciava a vista cada vez que procurávamos alimentos ou bebida fresca. Atravessando a memória de acordes perdidos no tempo, salvaram-se estes para construir uma pequena valsa que abraçasse esta “viagem”. O excerto de “Vejam bem” do Zeca, funcionaria como uma chegada a um sítio nostálgico onde a esperança nos daria uma calorosa boas vindas
Este será o tema com maior elipse temporal, uma vez que foi escrito quando ainda vivíamos em Berlim, mas que só agora reunia as condições de se tornar numa canção.
Laranja evoca as ruas de Odivelas iluminadas, numa noite que embora visível as sombras persistem. E conta a história de uma infância confinada a um quarto num dormitório de Lisboa
Talvez o tema mais onírico do álbum. A letra pressupõe várias texturas diferentes que vão desde a seda ao áspero, do belo ao feio, da luz ao escuro, a ideia não terá sido muito premeditada em fazer isto, aliás como acontece um pouco em todas as canções. A nossa premissa sempre se baseou mais na acção do que na especulação.
As várias acções deste tema são sobrepostas no tom de surpresa, sem nenhuma ligação narrativa. Obrigado porque sim, porque existe!
A única participação deste álbum existe no Romance, com o incrível arranjo de viola(s) de arco do nosso querido José Valente. Este Músico de “m” maiúsculo, foi para nós sempre uma certeza na intenção de o convidar, queríamos muito que ele pudesse participar neste álbum e assim foi. A ideia de musicar este tema popular transmontano surge pelo seu forte potencial melódico, onde a harmonia agregada ao mesmo, resulta numa paisagem cinematográfica, que sempre nos interessou bastante em qualquer tema popular. Esta canção é-nos apresentada pela voz da avó do Roberto, que culmina no quarteto de violas composto pelo José.
Escrita por José Mário Branco, com letra de José Luís Gordo, foi nos dada a conhecer pelo enorme Carlos Bica, numa breve colaboração que tivemos ainda em Berlim. Nunca chegamos a tocá-la ao vivo com ele, mas incluímos esta canção no nosso repertório pelo seu forte cariz de tango, onde a escala cromática é subtilmente utilizada para carregar o ambiente de uma saudade angustiada, pelo factor tempo.
Para reforçar esse espírito de longínquo recorremos mais uma vez ao registo de coro, que de uma forma quase fantasmagórica, tenta assombrar o tema do início ao fim. Sendo o José Mário Branco uma figura incontornável nas nossas influências, achamos por bem incluir esta canção no “É Teu”, como única versão adaptada do mesmo
Este é outro tema que nasce ainda em Berlim que tanto preza pela sua simplicidade, como pela sua força. Lembramo-nos que quando apresentamos pela primeira vez os arranjos ao José Fortes, ele nos disse: o baixo é que manda aqui! Logo o seu papel nesta música é preponderante, exaltando imagens de força e de trabalho colectivo ou individual, que com o forte caráter simples mas épico das vozes resultam numa sensação de Ode ao Povo.
O trajecto Lavoisier foi sempre escrito com uma forte presença de histórias cantadas e contadas por pessoas dotadas de uma forte fibra cultural. O seu apego à vida e a maneira como nos têm iluminado este caminho, faz do Sou Povo uma dedicatória ao outro, faz com que esqueçamos o egoísmo e a posse e gritemos ao mundo: “É Teu!”
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)