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Falsa Fé é um disco sobre traição e deslealdade. Neste caso, a falsa fé que alguns de nós temos na idade adulta e na sua prometida plenitude e certeza sobre todas as angustiantes questões da infância e juventude. Lamentavelmente, aqui chegados, vivemos mergulhados em mais questões e mais angustias adivinhando apenas a sua resolução por via do abandonamento dos nossos lados mais preocupados, em vez de procurar respostas para o que nos acomete.
Remocei é sobretudo uma palavra linda, que tinha guardada à espera de um bom emprego. Encontrei esse emprego nesta canção, numa toada de amor, otimismo e passado. A Graciela Coelho explicou-me como é que a devíamos cantar e assim o fizemos.
Muitas vezes penso que combinei encontrar-me com a idade adulta num sítio mas ela não apareceu e não diz nada.
Podia inventar muita coisa para dizer sobre esta música, mas na verdade é a minha interpretação do “Dishes” dos Pulp.
Quantas vezes não montamos os nossos pequenos espetáculos sobre o quão bem estamos, estando na verdade mortos por dentro. Nesse capítulo o Ted Bundy era o maior.
Não sou, nem nunca serei um músico realizado, e esta música é disso prova. Escrevi-a carregando aleatoriamente em teclas até que algo me soou bem e o tentei repetir. A dada altura temi estar prestes a pisar terrenos do Italo Disco, mas creio ter conseguido manobrar a coisa para outros lagares.
De todas as canções que já escrevi, esta é sem dúvida a minha favorita. Nela explico a desilusão que senti ao chegar à idade adulta, ao entender que a mistificação que dela tinha feito em criança não passava disso mesmo. De tão pessoal ser, falo na segunda pessoa numa esperança de haver quem partilhe a minha angústia.
Esta é uma música antiga e foi sempre sendo relegada para o fundo quando chegava a altura de gravar os discos. Na verdade, já a tinha perdido até que o João Oliveira ma mostrou porque a tinha guardado e voltei a gostar dela. É um tema bastante explícito sobre as socializações que se dão na vida e é dos mais, senão o mais, electrónicos que já escrevi.
Tenho recorrentemente um sonho muito aflitivo em que todos os planos onde assento os pés acabam por se transformar rapidamente em cadafalsos e ando a cair desamparado de um lado para o outro. Esta canção é em grande medida sobre isso, sobre estar sempre a cair e encontrar algum conforto nisso. É mais complexa do que habitual e tem um magnífico final ao piano pelo Frederico Cristiano.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)