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Os The Walks editam hoje, 28 de Setembro, o seu novo álbum “Fool’s Gold“, pela Lux Records. Liderados por uma inegável musculatura das guitarras, os temas são conduzidos pela densidade cativante do baixo que, sensualmente, se contorce nos meandros da bateria, e em que a voz se continua a afirmar como uma das marcas mais vincadas na personalidade da banda que, em baixo, explica mais pormenorizadamente cada uma das músicas deste trabalho.
A estrutura geral da música surgiu num retiro criativo que fizemos numa casa de campo, em meados de 2014. Embora não tão produtivos como o desejado, os dias de isolamento foram importantes para conviver e fortalecer as relações entre os membros do grupo. De entre os esboços que trouxemos, escolhemos aquele que na nossa perspectiva se encaixava na linha dos temas do EP. Com uma base rítmica forte e um groove demarcado, o tema ficou completo com os arranjos da secção de sopros e com toque característico da guitarra de Victor Torpedo (Parkinsons, Tédio Boys, Tiguana Bibles). Por todas estas razões, foi o tema escolhido para primeiro single de apresentação do álbum.
Um dos primeiros temas que compusemos ainda numa fase embrionária da banda, mas que ainda hoje gostamos muito de tocar em concerto, não apenas pela energia “engarrafada”, que explode no refrão, mas também pela abordagem mais directa que o caracteriza. Tem um refrão forte e uma mensagem social importante, que nos fala do isolamento, da procrastinação e como esse estado de comodismo nos faz sentir perdidos na multidão. A versão de estúdio alterou um pouco a estrutura original sem que a força e intenção do tema fossem beliscados. É, na nossa opinião, um dos temas mais bem conseguidos do álbum.
Tudo começou com este tema. Um esboço composto pelo vocalista, numa versão acústica, diferente daquilo que é hoje, mas que foi sem dúvida o ponto de partida para a sonoridade da banda. Por todo o valor simbólico e porque continua a ser um tema com o qual nos identificamos, não poderia deixar de ser incluído no álbum.
A Loaded Gun é um dos últimos temas que criámos, a poucos dias de entrarmos em estúdio. O John chegou ao ensaio com uma letra forte e directa e com a intenção de que o tema correspondesse a essa mensagem. Não foi difícil chegarmos à estrutura de uma tema que viu parte do seu trabalho de produção ser construído em estúdio, mas que não descura a intenção original. É um dos temas que mais resulta em concerto.
O tema mais directo, “sem espinhas” e com uma forte influência punk e garage rock. Cronologicamente, foi o segundo tema a ser criado e surgiu no meio de um ensaio, enquanto trabalhávamos a Holding On. É um tema cru, eficaz mas orelhudo, um pouco à imagem do que caracteriza a sonoridade punk. A mensagem é forte e entoada em jeito de palavra de ordem. Consideramos que é em palco que este tema tem a sua expressão máxima.
Gravado em finais de 2013 para o nosso EP de apresentação, R, lançado em meados de 2014, Redefine foi o primeiro single escolhido para a sua divulgação. Partindo quase do nada, com este tema obtivemos um destaque bastante importante e inesperado, com rodagem frequente em várias rádios nacionais, entre elas a Antena 3 e a Super FM, com presença nos lugares cimeiros dos respectivos tops. Curiosamente, antes de ser gravado, andou “perdido” durante algum tempo no lote dos temas por acabar. Sabíamos que poderia ser um bom tema mas faltava algo e ficava sempre de lado. Felizmente, o nosso amigo Victor Torpedo aceitou assistir a um dos nossos ensaios, e depois de o ouvir, incentivou-nos a pegar nele novamente e, de um momento para o outro, parece que tudo começou a encaixar e o resultado superou as nossas expectativas.
Decidimos resgatar este tema do EP pelo valor que tem para nós, pelo potencial que ainda representa e para garantir, também, uma maior coesão entre os primeiros temas criados e aqueles que estávamos a compor ao fim de dois anos. A única alteração, aconteceu no processo de masterização, no sentido de o encaixar na estética dos restantes temas do álbum.
Apesar de melódico, é o tema mais sombrio do álbum e com uma sonoridade garage mais carregada. A sua estruturação aconteceu gradualmente, tal como a composição da letra. Esse facto levou a que cada uma das partes (letra e música) se influenciasse mutuamente. O peso da mensagem, que fala da estreita relação entre o prazer e o sofrimento, conduziu a este ambiente sonoro mais “carregado”. O refrão é intenso e orelhudo, a fim de quebrar, momentaneamente, a densidade que caracteriza este tema.
Nunca foi nossa intenção criar um tema instrumental para o álbum, ou mesmo para tocar ao vivo. Numa fase inicial de um ensaio, todos fomos atrás de um riff. Foi um daqueles momentos em que tudo parecia sair bem e à primeira. Optámos por um nome que traduzisse isso mesmo, Midas Touch assentava que nem uma luva. Criámos o tema semanas antes de irmos para estúdio e foi unânime a decisão de o incluir no álbum.
Um dos temas mais fortes do álbum. Tem energia, personalidade, uma mensagem intensa e uma vontade de pôr toda a gente a mexer. Um tema rock genuíno, sem rodeios e dos que mais gostamos de tocar em concerto.
O segundo tema resgatado do EP. Mais uma vez, com Victor Torpedo na guitarra e uma forte presença da secção de sopros. É um tema intenso, que fala sobre o caminho tortuoso associado a qualquer vício. Tal como Redefine, a sua inclusão no álbum teve como objectivo facilitar a coesão entre os temas. Tendo em conta a sua mensagem e a sua riqueza, rítmica e melódica, achámos que merecia uma segunda oportunidade de divulgação.
Neste tema, a maior parte do trabalho de produção foi realizado em estúdio. Composto pelo John, em formato acústico, apenas algumas semanas antes de se iniciarem as gravações, o tema foi apresentado ao nosso produtor, João Brandão (Estúdios Sá da Bandeira), que incentivou a vontade de a incluirmos no álbum. Apesar de ter mantido a sonoridade acústica original, foi sujeita a um trabalho extenso, em termos de arranjos e de elementos, a fim de poder marcar a diferença sem que perdesse o sentido no álbum. Com influências notórias do brit pop dos anos 90, o resultado foi, na nossa perspectiva, muito gratificante.
O disco termina com um tema que, de certa maneira, traça o futuro. À altura da gravação deste álbum, Inside Out espelha o estado de alma que existe entre os membros da banda e o sentido que poderá servir de ponto de partida para novas composições. Um tema longo, mas coerente, com uma fluidez genuína, intensa e inevitável. Até ao momento o nosso tema mais complexo mas também um dos mais divertidos de tocar, seja em concerto ou em ensaio.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)