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“Galavanting” resultou de um acidente feliz quando os Time For T começaram a registar demos numa viagem ao Algarve. A partir daí, as novas canções cresceram em Brighton (origem da banda) mas foram trabalhadas entre Lisboa, Madrid e o Algarve (as novas bases).
Tiago Saga, vocalista da banda, revela: “Gostámos tanto do processo de gravar em diferentes locais e absorver as influências de cada sítio que decidimos fazer o álbum assim. Por exemplo, a bateria foi captada num estúdio, as guitarras numa caravana de madeira no meio do campo algarvio e as vozes foram gravadas numa casa de campo, perto de Madrid. Os pianos foram gravados em Amesterdão e as flautas em San Diego”. Tal como a banda — membros de Portugal, Inglaterra, Espanha e Brasil — este disco foi um verdadeiro esforço global.
Foi o último tema a ser gravado para o álbum mas acabou por ser a melhor canção para introduzir o disco.
A temática é moderna, usamos a analogia do telemóvel como ferramenta para avaliar a vida. “If I screenshot my life right now, would it be worth the backup on the icloud?” Estamos a viver uma vida digna de salvar para as memórias do futuro ou estamos cada vez mais preguiçosos com toda esta tecnologia à nossa volta? No vídeoclipe tentámos enfatizar o facto do telemóvel, hoje em dia, ser uma extensão quase física e espiritual no nosso corpo.
‘Calling Back’, ao contrário do costume, começou com um linha de baixo. Esta ideia surgiu por parte do Joshua Taylor num sound check na Alemanha há uns anos, começámos logo a improvisar por cima e gostámos muito da energia. Enquanto estávamos a brincar com ideias para este álbum, surgiu novamente este tema e aí finalizámos mesmo a canção, com letras e refrão. Tem um groove brasileiro e é quase um rap cantado, há uma secção da canção cantada em Português, algo novo também. Ao fim e ao cabo, esta canção foi uma exploração diferente do costume e ficámos felizes com o resultado final.
As letras foram escritas numa caravana no meio do nada e fala precisamente sobre esse sítio, o Algarve Oeste ou o fim do mundo como alguns o chamam. O refrão abrange a nostalgia que temos ao regressar a casa e como esse regresso pode ser uma cura para o nosso espírito. Tivemos a sorte de ter a Josephine Nightingale, colaboradora e inspiradora nossa de longa data, a cantar coros.
Esta canção nasceu numa viagem para a Índia em 2016 mas só foi finalizada em 2018. É uma exploração mais tropical nos instrumentos, talvez mesmo por ter nascido num país tropical. A temática da canção é sobre querer fugir do inverno e procurar a felicidade no sol, no entanto, nem sempre podemos fazer isso pois há uma série de obstáculos práticos no caminho para fazer tais aventuras. Na estética sonora, acabámos por entrar numa vibe mais ‘surf’ e anos 60s, algo que começou naturalmente mas que decidimos reforçar na pós produção.
Talvez a canção menos séria do disco, as letras surgiram após uma longa viagem numa digressão da banda em que parámos numa bomba de gasolina em França e carreguei no botão errado na máquina de café e acabei por receber um cafe latte com marshmallows cor-de-rosa! Explorámos vários ritmos diferentes neste tema, o refrão tem um ritmo dance hall, os versos são mais indie e o bridge é rock puro.
Esta canção é sobre a minha irmã, ou seja, é super pessoal. Fala sobre a saudade, deixei a casa da minha família para ir estudar em Inglaterra quando ela tinha 12 anos então era sempre especial regressar a casa e ver como ela estava a crescer rapidamente. Há um amor sagrado e difícil de explicar entre nós mas bem tentei nesta canção.
É a faixa mais calma do disco em termos de ritmo, o Felipe Bastos (baterista) tocou a bateria com vassouras e as guitarras do Juan Toran são super melódicas, nos coros fomos inspirados pelos Rolling Stones. O nosso amigo e colaborador de longa data, Juan Espiga, cantou os coros e ficaram incríveis no refrão. Também tivemos a sorte de poder gravar o nosso amigo Galgo CZ, que hoje em dia toca com o King Krule, na clarineta.
A canção fala sobre a vida nocturna, em que as pessoas vão à busca de outra pessoa e muitas vezes se tornam numa espécie de vampiro, que raramente sai de dia “There goes another morning, swallowed up by the night”. Para conseguir esse contacto com outro(a)s, muitas vezes as pessoas falam de coisas banais para puxar conversa “You’re just saying things to cover up the silence”. Realmente, a canção fala sobre a sensação de um interesse não correspondido.
O vídeo foi feito pelas nossas amigas de Madrid, a Alessandra Corazzini e Sara Condado, que fazem uma dupla incrível chamada Les Demodées. A ideia do vídeo foi salientar a solidão e o desejo de alguém mas essa pessoa não estar com a mesma sensação. O vídeo foi gravado em Madrid e o protagonista é o nosso baixista, Joshua Taylor, juntamente com a actriz Dominga Bofill.
O ‘adeus’ do disco. Uma canção que já tinha tocado há alguns anos na estrada e que muitas vezes causava lágrimas no público. É uma canção pesada pois fala de uma separação entre dois amantes. A razão principal da separação é a angústia de não poder ajudar a outra pessoa a encontrar a sua felicidade. A felicidade tem que vir da pessoa em si, não devemos contar com outra pessoa para nos fazer sentir bem. Claro que a relação com outra pessoa pode trazer grande felicidade mas se, no fundo de tudo, a pessoa não for feliz em si, torna-se numa dependência pouco saudável.
Em termos de som, tentámos deixar a canção nua nos versos e nos refrões entram os coros da Tainá que tem uma das vozes mais doces que já ouvi e a voz fortíssima do Juan Espiga. Contamos também com a clarineta do Galgo CZ a flutuar entre as melodias.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)