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“Good Boys” é o registo de estreia dos Stone Dead, que se dedicam aqui a percorrer o rock de fio a pavio na narrativa de Tony Blue, personagem que ganha vida nas músicas do álbum.
É a primeira faixa do álbum e encarrega-se de fazer a introdução e apresentação da jornada que se vai seguir: a vida de Tony. Termina de forma épica, com o anúncio de que o grande anfitrião nesta viagem será o próprio Tony: “Here we go, we will begin the show. The host for tonight is Mr. Tony Blue”
Tudo começa com o nascimento de Tony Blue. No desenrolar suave e harmonioso da música, Tony começa por abrir os olhos, ganhar consciência do que é a vida, do que acontece ao seu redor e das adversidades que o esperam: “Your eyes aren’t open but they should”.
Retrata o auge da inocência de Tony enquanto infante e durante os seus tempos de escola: “People ask me what I want, I just want to be me”.
O final dominado por influências krautrock carrega o mistério e a esperança que se coloca em relação ao futuro de Tony: “Keep the dreams with you moonchild, freedom’s always by your side”.
Aqui que Tony começa a perder a inocência típica de uma criança e começa a questionar-se sobre o que é a vida, o futuro, o bom e o mau caminho a seguir: “Tell me what’s the meaning of this life when you choose the apple by its size”.
Também é referido o primeiro contacto de Tony com a morte de alguém, e a maneira como isso o influenciou na maneira de encarar a vida.
Tony, já mais adulto, relata o término da sua primeira relação amorosa. A solidão domina-o.
Alguns anos depois encontra uma forma de atenuar a solidão, a quem chama de Candy. O próprio questiona-se sobre se a nova adoração lhe resolveu os seus problemas, ou se será apenas uma ilusão. Podem encontrar-se evidências de que Candy, de quem Tony está dependente, poderá não ser uma pessoa: “Some years later I found out someone, it isn’t a girl but I think she’s the one”.
Desde o início Tony exprime a sua adoração por Johnny Puke. A forma como ele o descreve revela algum contra-senso e uma realidade distorcida, o que abre espaço para questionar se Johnny Puke existe mesmo, se é um amigo imaginado, fruto de uma ‘trip’, ou se é a forma de Tony ver o mundo que está distorcida.
A estética da música, tipicamente psicadélica, evidencia o ambiente surreal.
Neste interlúdio entra pela primeira vez a voz do subconsciente de Tony. Com base em toda jornada feita até agora, questiona a ambiguidade entre o bem e o mal e a sua relatividade: “In their heads they’re all good boys, being bad was just a choice”.
Dando continuidade às reflexões do interlúdio, Tony é invadido pela interrogação do que é realmente o bem ou o mal. O que é que o define como um bom ou mau rapaz? Se ele é julgado, ou julga os outros de uma forma digna. E se ao fim de contas isso é realmente importante durante esta jornada que é a vida.
Obcecado por todas estas dúvidas, é indubitável que a sua sanidade mental não se encontre no seu melhor. A estética rock’n’roll optimista reforça a ideia de que a vida é muito mais do que isso.
Um hino à experimentação de coisas novas. Tony, mais que nunca, precisa de mudar de vida, lavar a mente e provar outras coisas: “Taste another wine”.
A maneira como foi gravada e produzida a música, assim como os recursos utilizados pretendem fazer referência a essa mudança.
Descreve o encontro precoce de Tony Blue com a morte. O final do álbum é marcado novamente pela voz do subconsciente de Tony.
Conclui que após toda esta jornada, apesar de todas as experiências que passou e das pessoas com quem se cruzou (boas, más, feias, pobres ou ricas), no final todos terminam e irão terminar exatamente iguais, mortos: “(…) ugly people the cutest guys, but everyone is ending equal when they die”.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)