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Local Affairs“, foi editado no passado dia 20 de Abril e é o mais recente disco dos Birds Are Indie. Composto por canções pop, com melodias contagiantes e descontraídas, desta vez, conta com arranjos mais elaborados que acrescentam uma faceta algo musculada às composições, onde se sente a pulsão do baixo e o impulso da bateria, que convidam a abanar a anca e a bater o pé.
Com 15 músicas no total, cada elemento do trio nos fala sobre cinco: começa o Jerónimo, segue-se a Joana e o Henrique termina.
Jerónimo – Como faço sempre com todos os discos, depois de estes estarem finalizados, tento ficar uns bons meses sem o ouvir de novo. Serve isto para me desprender das músicas e para me focar na forma como estas são tocadas ao vivo, que é inevitavelmente diferente. Mas tenho a certeza que, daqui a uns tempos, quando voltar a ouvir o disco de fio a pavio, vou gostar.
Joana – Eu sou uma pessoa que fica muito angustiada com os pequenos erros e arestas por limar. Penso sempre “podia ter ficado melhor”. Quando acabamos um disco, este fica fechado para sempre. Não há volta a dar. É um peso muito grande para uma perfeccionista que é uma amadora nestas andanças musicais. Mas a sensação que tive com este álbum, foi de “Eh pá, isto nem está muito mal!”
Henrique – É sempre difícil e “penoso” falar sobre um filho (a minha mãe que o diga, que teve três). No entanto, como ela sempre me ensinou, os filhos são sempre uma fonte de orgulho, por mais defeitos que tenham. E a força e ânimo que nos dão compensam todas as amarguras. Amamo-los porque sim.
É uma canção sobre atingir uma fama tão grande, tão grande, que já não se aguenta. Como nunca vai ser o nosso caso, achei piada partir dessa ideia. 🙂 Em termos de música, é uma das que acho ritmicamente mais fortes, por isso sempre foi uma das hipóteses para abrir o disco.
Esta foi escrita a pensar num certo anoitecer que presenciámos numa praia da Galiza, depois de um concerto num sítio maravilhoso, chamado “O Náutico”, em San Vicente do Mar, em O Grove. Daí, a letra avançou para algo semi-ficcionado, em que estávamos os três sobre a areia, com as guitarras (talvez uma fogueira, quem sabe), a tocar e a cantar, pela noite dentro. Quem reparar na letra, encontrará referências a duas bandas que gostamos muito, os Galaxie 500 e os Ultimate Painting.
Pode parecer que não, mas tudo se há-de resolver. Não há suficientes canções no mundo sobre isto, por isso, aqui está mais uma. É a primeira vez no disco em que a bonita voz da Joana aparece com destaque principal. Como na construção deste disco a Joana teve ainda mais presença na bateria e nos teclados, foi inevitável a voz ficar guardada para momentos especiais, como este e outros lá mais para a frente.
Esta também foi inspirada na Galiza, mais propriamente na água fria das suas praias. Quando vamos para aqueles lados, o Henrique nem sequer põe os pés na areia. Eu arrisco-me e lá me molho até aos joelhos. A Joana, entra de um mergulho! A música é desde a perspectiva de alguém que está a ser convencido a ganhar coragem e a deixar-se levar. A metáfora do mar gelado pareceu-me uma boa ideia para retratar isso. Quisemos tornar esta música bastante descontraída, pelo que é uma das mais “pop” do disco e daí termos tentado fazer um videoclip a condizer.
Muitas vezes estamos tanto tempo a pensar sobre tomar uma certa decisão que, a dada altura, outra pessoa ou mesmo as circunstâncias, a tomam por nós. Mas quem acaba por tomar a decisão nem sempre o quer fazer e pode nem sequer perceber que a outra pessoa estava a pensar sobre o assunto. Ou seja, a música é um bocado sobre esta dinâmica de “decides tu ou decido eu?”.
Esta música mexe muito com as minhas ancas! Penso que será a primeira música de Birds Are Indie que se poderá dançar numa pista de dança. E, se escutarem com muita atenção, encontram a voz do Henrique perdida entre os instrumentos.
Muitas vezes, no final dos concertos, as pessoas dizem-nos que a minha voz e a do Jerónimo ficam muito bem juntas. Quando escuto esta música, dou razão a essas pessoas.
Não se deixem enganar pelo seu ritmo gingão e pelo som spooky das teclas, esta música é diabólica na parte final. Para nós, tem sido muito divertido tocá-la, pois fica ainda mais intensa ao vivo. Se não fossem as aulas de hidroginástica, que estão a fazer maravilhas nos músculos dos meus braços, não sei como me aguentaria a tocar a bateria na parte final.
Não sei que “tiny little dress” é este, já que eu não uso vestidinhos curtos. 🙂 Gosto muito da sonoridade quase country desta música. Imagino a ouvi-la numa roadtrip, sentada num Chevelle SS descapotável.
Não esperem que esta música seja sobre os dias veraneantes. Não é. Talvez seja a música mais deprimente do álbum para pensar no que poderia ter sido diferente na nossa vida.
Em ensaios sempre foi o tema que menos me cativou. O mellotron do Jorri, a letra e a produção deram-me a volta nesta música. Agora tenho um prazer imenso em ouvi-la!
A música mais curta do álbum e, ao mesmo tempo, a que lhe “deu o nome”. É das minhas músicas preferidas do disco. O harmonium do Jorri, a maravilhosa e raríssima guitarra Silvertone gentilmente cedida pelo grande João Rui, o “abuso” dos médios-graves (de uma guitarra barítono sempre presente) e quatro takes de voz sobrepostos (com alguma magia) tornam este tema em algo de mágico para mim.
O meu avó era un galego (Santa María de Melias). Esta canción ten sentido para min. E si, hoxe é un bo día para comer polbo. Todos os días son.
A Joana é a estrela desta música. Not just eye candy. 🙂
Este é o som que melhor retrata os Birds Are Indie “do antigamente”. A letra é um doce envenenado que apetece continuar a comer sem parar. Com as ventoinhas do harmonium do Jorri, fecha muito bem o álbum. Adoro esta música e nunca me hei-de cansar dela.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)