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Depois do lançamento do seu EP/ Single de estreia “Visions“, José Tornada edita o seu primeiro longa duração “Love, Hope, Desire and Fear“. Uma viagem de auto-descoberta que através do piano, cordas e spoken word, narra a história de amor, perda e solidão de uma mulher de 70 anos.
Tendo como ponto de partida o piano, e influências de artistas como Ryuichi Sakamoto e Philip Glass, o disco conta também com a participação do violinista norte-americano Nathaniel Wolkstein e da poetisa alemã Roses Sabra, cuja voz dá corpo à história que envolve o album. O texto e a voz foram elementos preponderantes na composição do disco, pois para José Tornada houve o objectivo de humanizar e dar coesão ao disco como se de uma peça única se tratasse. Além do autor passar por vários estilos musicais – oscilando entre o piano a solo, neo-classico orquestrado, minimal e ambiente – todas as faixas têm uma linha fluente que as liga, sendo um trabalho que pode ser ouvido do início ao fim como uma faixa continua.
Através da simplicidade melódica, de peças com métrica de “canção” e do uso de voz, poesia e sintetizadores, “Love, Hope, Desire and Fear” pretende quebrar a barreira e o preconceito que existem em relação à música clássica tradicional e erudita.
Quando comecei a pensar no conceito do álbum achei que era interessante contar uma história, queria dar um carácter mais humano às peças. Então procurei por poemas de pessoas desconhecidas na internet e comecei a tocar por cima. Foi precisamente à segunda tentativa que encontrei uma poetisa que acabou por dar a voz a várias músicas do álbum e através das letras contar uma história real de amor e perda.
Compus o verso desta música quando tinha 15 anos, estava gravado num gravador de cassete daqueles antigos portáteis. Foi a primeira música que compus para o álbum.
Haiku é uma composição poética de origem japonesa que tem como fundamento a relação entre homem e natureza. Decidi dar este título à peça porque a melodia do violino faz uma escala que me soa oriental. A sequência de acordes é semelhante a músicas de compositores japoneses como Ryuichi Sakamoto e Joe Hisaishi.
Esta faixa fala sobre uma experiência extra-sensorial que a poetisa teve ao ser visitada pelo espírito do seu amante. A letra termina com “I will wait for you, I promise you”. É a faixa do álbum que oiço mais vezes.
Quando comecei a pensar em fazer música instrumental queria fazer um álbum de guitarra portuguesa porque sou obcecado pelo Carlos Paredes, mas rapidamente me apercebi que iria ser difícil porque não tinha experiência nenhuma com o instrumento. Optei pelo piano, mas esta música foi inicialmente composta para guitarra portuguesa. Estou a pensar em lançar essa versão!
Uma peça de piano íntima, em que tentei capturar o sentimento de expectativas e promessas que todos fazemos a nós próprios.
Nunca tinha composto uma peça orquestrada. Demorei cerca de uma hora a compor o tema, mas gravar foi outra história. As cordas de todas as faixas do disco foram gravadas por um violinista norte-americano, então demorámos cerca de três semanas a trocar gravações e e-mails até a versão final deste tema estar pronta! A música mais forte do disco na minha opinião.
Esta faixa tem como ambiente de fundo o áudio de uma gravação que fiz durante um churrasco quando vivia o Alentejo.
Há muito tempo que queria compor uma faixa com synths e violinos. Uma synth-opera como costumo chamar. O primeiro demo que tenho desta música tem cerca de 10 anos e já na altura tinha o mesmo título “Adventavi”. Nunca soube o que queria dizer, nem sei onde fui buscar a palavra. Quando pensei em incluir a música no álbum decidi pesquisar o significado: ” chegada” ou “aproximação” em latim. Pareceu-me o título perfeito.
Quando se está a compor música ou arte em geral, fala-se muitas vezes das coisas aparecerem de forma inesperada, uma sensação metafísica, como se se estivesse a canalizar uma energia que não é nossa. A realidade é que nesta faixa senti isso, não só na composição da música mas também na forma como o título surgiu.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)