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O sucessor de “Cara d’Anjo“, de 2015, chega este ano com selo da Cuca Monga/Sony e é homónimo. “Luís Severo” foi gravado e produzido em Alvalade com a ajuda do Diogo Rodrigues e do Manuel Palha, ficando a masterização a cargo de Eduardo Vinhas, no Golden Pony.
Esta canção é um apelo ao benefício da dúvida. Um retrato da passagem do tempo e da maravilha que é aprender com ele. O primeiro contacto que eu tive com o Arte-Factos é uma forma engraçada de explicar isso mesmo. Estávamos em 2011, eu tinha dezoito anos e o Arte-Factos um ano. Depois de um concerto que dei na Flul, um jornalista desta casa escreveu uma review arrasadora a esse meu show pobrezinho, natural de um principiante. Entre muitas outras considerações exageradamente trocistas, o texto estabelecia comparações entre o suposto sofrimento das minhas canções e o sofrimento das vítimas do holocausto. Na altura, tanto eu como o Arte-Factos teríamos muito menos visibilidade do que hoje em dia. Além disso, ainda não germinava nem um pouco do crescente sentimento de justiça que hoje alguns chamam de ditadura do politicamente correcto. Moral da história: passaram 6 anos e todos evoluímos – eu aprendi a cantar e os artigos de opinião do Arte-Factos são agora muito mais sensatos.
Conta uma longa e intensa história de amor, marcada pela dificuldade individual de aceitar um privilégio que se tem sem saber ter.
Uma canção nostálgica sobre puberdade, solidão e colégios dos subúrbios. O tom saudosista que por vezes aparece é ridicularizado pela própria história. Afinal, quão parvo é ter saudades das poucas coisas boas de um triste tempo de pasmaceira.
A minha primeira canção totalmente de amor, sem uma única pitada de ironia, dúvida, rancor ou mágoa. Talvez por isso seja a canção que a malta mais diz que custa a entrar. Por isso ou por ser a mais estranha, despida e parada. Para mim é apenas uma balada!
Toda a vida me esqueci de tudo em todo o lado, causa de quase todos os raspanetes que já levei. Sou cabeça na lua, tenho oscilações de humor, insónias à noite e muito sono durante o dia, gosto de sair mas gostava ainda mais de não querer sair, tenho muitas ideias e nunca acabo nenhuma… por aí… essas coisas!
“Further than fantasy, deeper than love could ever be“. Este é um exercício de escrita, com base numa bonita canção da Colleen Green, artista que fui aprendendo a gostar por influência de algumas pessoas próximas. Uma tendenciosa resposta às palavras da cantora, endereçada por um homem curioso e assustado com a rotina que tem entre mãos.
Esta foi a primeira canção que toquei no piano do estúdio de Alvalade, onde gravei o disco e passei a maioria do meu tempo em 2016. Um grande abraço para a toda a malta da Cuca Monga que me tratou de uma forma tão boa tão boa que eu nem sei se mereço.
Em 2015 apaixonei-me pela fadista Argentina Santos, e comecei a procurar imensa coisa sobre ela. Encontrei uma entrevista onde dizia o seguinte “Acho que hoje (os fadistas) vão rezar muitos padre-nossos ao pé da senhora dona Amália. Porque foi ela que deixou cá a herança. Deixou cá coisas bonitas para eles estragarem. Mas há coisas que nunca mudam. Isto aqui é Lisboa, cada qual que se defenda. Só depois os outros. Raro é aquele que pensa “Deus queira que na tua vez te batam palmas assim””. Essa frase “Isto aqui é Lisboa, cada qual que se defenda” ficou dias a saltitar na minha cabeça, pelo sentido que também fez para mim próprio. E pronto, peguei nessa frase e fiz uma canção.
Luís Severo está disponível desde dia 10 de Março e irá ser apresentado ao vivo nos dias 29 e 30 de Março no Teatro Ibérico, em Lisboa.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)