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“Marrow“, o terceiro longa-duração dos You Can’t Win, Charlie Brown, foi gravado no estúdio HAUS por Fábio Jevelim, Makoto Yagyu (ambos dos PAUS) e Miguel Abelaira, e contou com mistura de Luís “Benjamim” Nunes e masterização de Alan Douches, tendo sido editado no passado dia 7 de Outubro, com selo da Sony Music Portugal.
Agora que já tirámos de cima da mesa todas as informações que podem encontrar em qualquer canto da internet com uma simples pesquisa, passemos ao mais interessante, a descrição faixa a faixa deste novo trabalho pelas mãos dos You Can’t Win, Charlie Brown. Curiosos? Não precisam de ficar mais.
A primeira música do disco e o primeiro single. É sempre estranho escolher uma música para apresentar um disco inteiro, mas neste caso a decisão nem foi assim tão complicada. Sentimos que fazia bem a ligação entre os nossos trabalhos anteriores e aquilo que é o Marrow. Tudo nasceu daquele arpejo eletrónico inicial, que desencadeou a batida e tudo o resto. O mais difícil foi arranjar maneira de estruturar tudo e tornar o que era, basicamente, um riff numa canção. Aquelas guitarras elétricas harmonizadas meio hair metal anos 80 (é assim que gostamos de nos imaginar nessa parte) foram a chave para desbloquear a estrutura do tema.
Foi a primeira música que trabalhámos juntos para o disco. O tema nasceu principalmente da cabeça do Salvador. Foi dele que veio o riff, aquelas palmas e a melodia dos versos. Depois, todos juntos, acabámos por juntar as nossas partes em ensaio, que saíram bastante naturalmente. Esta música foi um dos raros (senão o único) casos em que alterámos ligeiramente a estrutura já depois de termos gravado todos os temas em pré-produção – acabámos por lhe adicionar mais um refrão no fim, o que não estava planeado ao início.
Esta também foi logo das primeiras a serem trabalhadas (a segunda). O ponto de partida foi aquele riff inicial, que é do Luís. Com a entrada da voz do Afonso, a bateria do Tomás e a linha de baixo do João acabámos por transformar aquilo que nos fazia quase lembrar a marcha imperial do Star Wars numa cena meio funky com umas guitarradas completamente fora desse registo. Achámos muita piada a essa junção e acabou por funcionar bem. Toda a segunda metade da música acabou por surgir com alguma facilidade na sala de ensaios.
Apesar de não ter nada a ver, a Mute nasceu ao mesmo tempo que a Above the Wall – as bases foram criadas no mesmo dia. De todas as músicas do disco é a que tem o formato mais clássico de canção. O Afonso já tinha uma ideia bastante definida quando pegámos todos no tema, era manter a coisa simples, sensual e a resvalar no foleiro, mas sem medos.
A nossa música mais “dançável” de sempre (pelo menos na nossa opinião). Curiosamente é a que já existia há mais tempo. O Afonso tinha a guardada desde os tempos do Diffraction/Refraction mas nunca tínhamos pegado nela por achar que não encaixava com as nossas outras músicas. Acabámos por perceber que dava para entrar neste disco. Originalmente era uma ideia gravada num pedal de loops, tudo com vozes. Foi questão de adaptar um bocado esses arranjos para instrumentos, de uma forma que fizesse sentido com o resto do Marrow.
Esta também saiu da cabeça e das mãos do Salvador. A ideia era ter uma música completamente partida em dois, com uma entrada calma e uma segunda parte frenética. Aquele solo de teclado foi gravado à primeira pelo Salvador quando estava a gravar a demo e foi o que ficou até ao fim. No fim ainda se juntou uma parte praticamente só com vozes, escrita pelo Afonso e uns sons meio psicadélicos/feéricos feitos pelo David. Essa parte das vozes foi a última coisa que gravámos no HAUS e provavelmente a que levou mais tempo (não foi fácil!).
Foi se calhar a partir do momento em que trabalhámos nesta música que começámos a perceber qual seria a sonoridade do disco. Tudo começou com o riff e depois foi daqueles casos raríssimos em que a estrutura saiu logo à primeira. Foi só preciso perceber o que cada um fazia para a coisa funcionar. É capaz de ser das músicas mais directas e que mais facilmente fluíram que já fizemos.
Tudo começou com aquela guitarra do Luís, depois construímos uma base instrumental por cima que chegámos a utilizar como tema recorrente na banda sonora que fizemos para o filme Maudite Soit La Guerre, para o Curtas de Vila do Conde (aliás, aconteceu o mesmo com uma primeira versão da In the Light There Is No Sun). Daí até haver uma melodia de voz ainda demorou um bocadinho, mas assim que ela existiu percebemos que queríamos ali um arranjo de cordas (e assim foi e ficou lindo! – na nossa modesta e imparcial opinião, claro).
A última música do disco e a última a ser acabada. A segunda metade, com aquele riff de teclado meio prog sixties, já existia há muito tempo mas foi sempre difícil arranjar uma primeira parte que conduzisse até lá. Essa primeira parte acabou por nascer quase tipo Jam Session. Gravámos vários minutos da ideia, com algumas variações nos instrumentos (principalmente na guitarra), que o Afonso levou para casa, fez uns cortes e umas colagens e colocou uma melodia de voz por cima. De repente, voilá, estava resolvido uma música que parecia não se querer resolver há anos. Prova que a união faz a força!
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)