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No ano de celebração do décimo quinto ano de carreira, os Virgem Suta lançam novo disco com a produção de JP Coimbra e colaboração do músico Jorge Costa. Exemplo de consistência artística, Nuno Figueiredo e Jorge Benvinda são autores de algumas das canções mais irresistíveis da música portuguesa. As suas composições ganham uma intensidade que varia entre a energia contagiante de uma festa e a tranquilidade comovente, criando na audiência a sensação de estar em casa.
É um tema que fala da loucura que atualmente vivemos em torno da comunicação social, e da necessidade de se arranjar pretextos para notícias catastróficas só para prender ouvintes e telespectadores aos ecrãs. Os fins justificam o uso de qualquer meio, até da exploração da infelicidade dos outros e, muitas vezes, para se chegar à conclusão de que a notícia não existia, foi só conversa para entreter e a montanha pariu o rato.
É um tema que fala da pressa que vivemos e que nos consome. Vivemos num tempo em que a competição e a ambição nos cegam de tal forma que parecemos autómatos atrás do engodo, deixando para trás o essencial da vida que passa num ápice. Somos uns eternos perseguidores de cenouras que nunca vamos conseguir agarra-la porque há sempre um desafio maior que nos prende a atenção e nos leva para um abismo que nunca mais acaba.
Fala do fim de uma relação que, apesar de tudo, termina bem. Termina com a noção de que o que foi não volta a ser nem faz sentido continuar. Tudo o que fica são lembranças boas e o que há-de vir será também bom para ambos. É uma canção de um final que, não sendo feliz, não chega a ser triste, pois contém uma esperança e vontade de alcançar a felicidade e equilíbrio novamente.
É uma canção que fala de uma relação de amor e de alguém que julga que alcançando mais valor (monetário), conseguirá proporcionar mais felicidade à pessoa que ama, mas percebe que a ausência tem um preço demasiado alto que não compensa o que perde da relação. O valor que atribuímos a objetos ou dinheiro revela-se menos importante do que o valor do afeto e da companhia da pessoa que se ama.
É uma canção de amor que encerra a brincadeira com as palavras Amor e Roma associadas ao ditado popular “todos os caminhos vão dar a Roma”. Pois se é certo que todos os caminhos chegam a Roma, também o amor não tem rotas estanques e, haja as voltas que houver, o amor prevalece quando duas pessoas se querem.
É uma canção que fizemos há uns anos para o disco do Rancho de Cantadores de Aldeia Nova de São Bento e que depois começamos a tocar em alguns concertos, modificando o arranjo e, entretanto, apoderamo-nos dela. Esta canção é uma género de ladainha que fala de alguém que ama outra e a quer tão bem que sente que ela é o seu porto seguro. Este tema é para cantar em loop para fazer sentido no final, por ser tão pequenina, simples e próxima de quem a ouve.
Esta canção é a história de alguém que percebe que por mais que se esforce, lute e tente vencer na vida, não vai passar do que já é porque a sociedade tende a reproduzir a função social dos elementos que a constitui. É uma canção que retrata um trabalhador comum que no dia a dia dá tudo o que pode e chega à conclusão que o que lhe apetece no final é mandar tudo ao ar porque se apercebe que não consegue mudar a sua vida nem proporcionar melhores condições à sua família porque a sociedade não lhe permite.
É uma canção que surgiu na viagem de regresso de Santiago do Chile para Portugal, quando lá fomos tocar ao Festival Womad. Nessa viagem ficámos uns dias em Santiago e num dos tascos mais famosos da cidade estivemos a conviver com um senhor que lá cantava e tinha uma expressão que guardei que era: “Dar o gosto ao gosto”, ou seja, alimentar o que nos faz felizes. Na viagem para Portugal eu e o Jorge começamos a fazer uma canção em conjunto e ocorreu-me a expressão, pois materializava a nossa experiência daquela viagem. No fundo esta canção fala daquilo que justifica a alegria de estar vivo, que não é mais que a partilha, o convívio, o brinde e a riqueza de termos amigos para celebrar tudo isto connosco.
É uma canção que fala da vida na aldeia, da pacatez do baixo Alentejo e da importância que o cante alentejano tem para esta gente. As modas surgem nas tabernas, ao balcão, no convívio com os amigos e os versos vão surgindo de forma simples, humilde, mas bonita. O cante representa esta união, esta vivência que preza o estar junto dos amigos cantando em conjunto o bom e o mau de uma realidade única que tanto nos diz.
Os primeiros concertos de apresentação do álbum serão a 12 de novembro, em Lisboa, no Teatro Maria Matos, a 21 de novembro, na Casa da Música do Porto e a 22 de novembro na Casa das Artes de Felgueiras. Nestes concertos a banda propõem uma viagem sonora com passagem obrigatória por novos temas, clássicos incontornáveis e temas já editados, nunca antes apresentados em concerto.
Ao vivo, além de Jorge Benvinda na voz e guitarra e Nuno Figueiredo nas guitarras e coros, a banda contará com Bruno Vasconcelos nas guitarras, programações e coros, Hélder Morais no baixo, sintetizador e coros e Jorge Costa na bateria, percussões e programações.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)