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Ocreza é um afluente do rio Tejo. É também o segundo disco dos PISTA, mas acima de tudo é o final de um deserto caminhado por quem tem muita sede de dançar. É um disco que não tem vergonha em acordar na mais tropical praia e desatar a bailar ao ritmo de um quase folclore familiar, para logo a seguir se deitar nos rochedos mais duros de um certo rock que nos faz apertar as mandíbulas, sempre sem perder aquela pedalada a que a banda nos habituou.
Produzido pelo mago Miguel Vilhena (Niki Moss, Savanna), conta também com este nos baixos e com Vasco Cabeçadas Dias na magia geral, para além da participação vocal de Alex d’Alva Teixeira, Vasco Araujo e Carolina Souto. A edição é feita, mais uma vez, pela pontiaq.
‘Bombos de Lavacolhos’ nasce de um galopante ritmo entrelaçado por melodias contagiantes que fazem mexer e remexer os corpinhos suados. Repleta de caminhos e paisagens diferentes, dirige a sonoridade para um lado mais corpulento e irreverente da estética musical que também caracteriza os PISTA.
Foi o primeiro single a sair do álbum ‘Ocreza’, em Abril, e talvez o mais importante uma vez que também era o primeiro registo de PISTA a sair desde 2015. Funcionou como um motor de arranque para o disco tornando possível a edição física em vinil. É quase um baile rock da paróquia feito enquanto se bebe um grogue a olhar para uma paisagem sul americana.
A ‘Reis da Montanha’ representa uma corrida não se sabe bem ao quê. É uma escalada musical com momentos de contemplação e uma resolução feliz, onde todos chegamos em primeiro.
É a história (ou estória, se preferirem) de um pequeno cavalo que foge à descoberta de novas aventuras por caminhos nunca antes galopados. O determinado cavalo depara-se com batalhas e conquistas ao longo da sua jornada, até que um dia desaparece…
Canção criada no rescaldo da gravação de ‘Bamboleio’, foi rodada exaustivamente até encontrar lugar em ‘Ocreza’. Ginga amigável, sempre com uma mão no pára-arranca e outra numa melosa melodia, encontrou em Alex D’Alva Teixeira um potente aliado vocal, que tanto no disco como em cada prestação ao vivo honra o lema “dar tudo”. É um tema sobre busca, sobre identidade e algum “não-querer-saber” camuflado de preocupação. Um hino aos tempos modernos, à diferença e às contradições.
6h da manhã, o dia começa a surgir à porta do bar. As mãos lançam-se numa procura nervosa por uns óculos de sol, mas não há sorte nos bolsos do casaco que agora tresanda a tabaco e cerveja derramada ao longo da noite. No fundo, o momento até é rico em beleza, mas há um certo temor: amanhã é um dia que se nega a sê-lo. Não é o fim do mundo, mas é um fim e ninguém gosta quando a festa acaba. Muito menos quando foi em vão.
A faixa que encerra a aventura fascinante de ‘Ocreza’, uma última viagem repleta de intenção e vigor que vai-se moldando entre riffs poderosos e densos até se encontrar com o poderio vocal de Vasco Araújo. Este deslumbra com as entoações e a carga emotiva que a sua voz aporta, dirigindo a ‘Boys’ para o final apoteótico de ‘Ocreza’.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)