PISTA

Ocreza
2019 | pontiaq | Dança

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Ocreza é um afluente do rio Tejo. É também o segundo disco dos PISTA, mas acima de tudo é o final de um deserto caminhado por quem tem muita sede de dançar. É um disco que não tem vergonha em acordar na mais tropical praia e desatar a bailar ao ritmo de um quase folclore familiar, para logo a seguir se deitar nos rochedos mais duros de um certo rock que nos faz apertar as mandíbulas, sempre sem perder aquela pedalada a que a banda nos habituou.

Produzido pelo mago Miguel Vilhena (Niki Moss, Savanna), conta também com este nos baixos e com Vasco Cabeçadas Dias na magia geral, para além da participação vocal de Alex d’Alva Teixeira, Vasco Araujo e Carolina Souto. A edição é feita, mais uma vez, pela pontiaq.

Tudo sobre o concerto de apresentação aqui »

#1 Bombos de Lavacolhos

‘Bombos de Lavacolhos’ nasce de um galopante ritmo entrelaçado por melodias contagiantes que fazem mexer e remexer os corpinhos suados. Repleta de caminhos e paisagens diferentes, dirige a sonoridade para um lado mais corpulento e irreverente da estética musical que também caracteriza os PISTA.

#2 Galapinhos

Foi o primeiro single a sair do álbum ‘Ocreza’, em Abril, e talvez o mais importante uma vez que também era o primeiro registo de PISTA a sair desde 2015. Funcionou como um motor de arranque para o disco tornando possível a edição física em vinil. É quase um baile rock da paróquia feito enquanto se bebe um grogue a olhar para uma paisagem sul americana.

#3 Reis da Montanha

A ‘Reis da Montanha’ representa uma corrida não se sabe bem ao quê. É uma escalada musical com momentos de contemplação e uma resolução feliz, onde todos chegamos em primeiro.

#4 Na Branca Neblina Parte o Cavalo Desalmado

É a história (ou estória, se preferirem) de um pequeno cavalo que foge à descoberta de novas aventuras por caminhos nunca antes galopados. O determinado cavalo depara-se com batalhas e conquistas ao longo da sua jornada, até que um dia desaparece…

#5 Campipraia

Canção criada no rescaldo da gravação de ‘Bamboleio’, foi rodada exaustivamente até encontrar lugar em ‘Ocreza’. Ginga amigável, sempre com uma mão no pára-arranca e outra numa melosa melodia, encontrou em Alex D’Alva Teixeira um potente aliado vocal, que tanto no disco como em cada prestação ao vivo honra o lema “dar tudo”. É um tema sobre busca, sobre identidade e algum “não-querer-saber” camuflado de preocupação. Um hino aos tempos modernos, à diferença e às contradições.

#6 Somos o que Resta da Noite

6h da manhã, o dia começa a surgir à porta do bar. As mãos lançam-se numa procura nervosa por uns óculos de sol, mas não há sorte nos bolsos do casaco que agora tresanda a tabaco e cerveja derramada ao longo da noite. No fundo, o momento até é rico em beleza, mas há um certo temor: amanhã é um dia que se nega a sê-lo. Não é o fim do mundo, mas é um fim e ninguém gosta quando a festa acaba. Muito menos quando foi em vão.

#7 Boys

A faixa que encerra a aventura fascinante de ‘Ocreza’, uma última viagem repleta de intenção e vigor que vai-se moldando entre riffs poderosos e densos até se encontrar com o poderio vocal de Vasco Araújo. Este deslumbra com as entoações e a carga emotiva que a sua voz aporta, dirigindo a ‘Boys’ para o final apoteótico de ‘Ocreza’.


sobre o autor

Arte-Factos

A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)

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