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“Os Imparáveis Tiroliro & Vladimir” saiu no passado dia 21 de Janeiro e reúne um reportório perdido e inédito – anterior ao fenómeno do “rock português” – criado por Gimba e Jorge Galvão ainda nos anos 70, quando ambos eram ainda teenagers. Por volta de 1985, quando se lhes junta o baixista Nuno Faria, o grupo passaria a chamar-se Os Afonsinhos do Condado.
Delírio verbal nascido de improviso na sala de Jorge Galvão em fim de década (de 70). Antes disso, durante muito tempo não passou de uma melodia assobiada para uns supostos trompetes, aqui replicados pelos fabulosos “Irmãos Spaghetti”…
A única canção “pública” desta colecção, pois chegou a disco (“Açúcar!”) com os Afonsinhos do Condado, é o reflexo da vivência canábica da rapaziada (daí o seu andamento planante…), que achou graça ao trocadilho «Ela é judia/É hoje o dia». Daí a rimar «ano» com «germano» foi um passo.
Reprise acelerada da canção anterior, criada já em pleno ano de 2017.
Uma das primeiras pérolas de Jorge Galvão, e uma das primeiras composições a ser trabalhada pelo duo. Aguarela portuguesa sobre a frenética vida moderna – com um toque um tanto freak, é certo – mas tão ou mais actual que o melhor Eça!
Viagem eclética, da MPP ao blues e ao rock psicodélico, um dos primeiros “êxitos” da dupla, estreado ao vivo no «Full Moon Concert» em Lagos (Julho de 1978) – a aventura dos dois rapazes, que passaram uma semana louca no Algarve, sem um tostão no bolso!
Outra das pérolas de Jorge Galvão (Tiroliro), composta quando o seu colega Vladimir viveu por terras americanas, tema visionário sobre um romance açucarado surgido numa suposta ciclovia em pleno Cais do Sodré!
Visão ácida e mordaz sobre a existência anormal dos americanos, particularmente a vizinhança de Gimba, quando este viveu no Texas (Dallas) no verão de 1978.
Interlúdio a la Beatles, surgido em plena Praça José Fontana (onde era o TNT – Teatro do Nosso Tempo – poiso da rapaziada por volta de 1979/80), versão portuguesa de «Waiting For My Man»…
Composto em Junho de 1979, é uma homenagem à grande música negra, inspirada num imaginário «senhor jazz» – o homem capaz de improvisar «outra frase» no seu «piano electrónico». Por esta altura as vozes dos jovens “Tiroliros” estavam no seu pico de forma!
Tema nascido nas falésias da Balaia no verão de 79, prontamente colado ao «Sr. Jazz», e estreado umas semanas depois, de regresso a Lagos, abrindo um concerto – tal como no ano anterior – para a Go Graal Blues Band, de um tal Paulo Gonzo…
Rock raro, em compasso ternário, com uma entrada entre o progressivo e a World music, uma das músicas que marcou Gimba, acabadinho de chegar da América, na inesquecível sessão em que os dois mostraram um ao outro o que haviam composto durante o hiato.
Tema começado no equinócio primaveril de 1979 e acabado em 2020, traz recordações sobre uma mágica manhã de nevoeiro na Arrábida e, mais recentemente, uma caminhada nocturna na Peninha, com «pirilampos na floresta».
Pequena amostra (35s) da canção que deu origem ao Macaquinho Nicolau (uma das primeiras músicas dos Afonsinhos), é um piparote nas convenções estereotipadas que ditam os parâmetros da estereofonia contemporânea.
A canção mais ingénua do baralho. Rock do bom, sobre um amor platónico, de liceu, amostra perfeita dos verdes anos da rapaziada…
“A” pérola de Jorge Galvão, revelada durante o memorável reencontro, canção com «cheiro a peixe», posteriormente trabalhada a dois e, indiscutivelmente, um dos grandes sucessos da jovem dupla.
Música veranil saída das dunas desertas da margem sul do Mira (Vila Nova de Milfontes – 1979) onde o jovem Gimba estava acampado ao relento, tendo composto a canção entre o acordar e o primeiro mergulho da madrugada.
Mais uma micro cançoneta, apostando no efeito fonético das aliterações, tão ao gosto de quem andava sob o efeito de Chico e Caetano.
Pequeno devaneio jazzy (que brotou numa simples ida a pé para casa) baseado na filosofia «Eu vou passando o meu dia-a-dia/Fazendo a vida melodia». É a canção mais recente do ramalhete (1983).
Chave de ouro deste soneto, a fechar com a mensagem positiva do adágio «Quem canta, seus males espanta». Cinco minutos do tempo/E passa o tempo a cantar!
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)