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O artista multidisciplinar Pedro Vieira aventura-se por um caminho que o leva a refletir, procurando uma solução para uma realidade que o inquieta criando assim a Bela Noia, a mais recente banda de Viseu, formada por Pedro Vieira (voz e guitarra), Leonardo Outeiro (guitarra), Gonçalo Alegre (baixo), Miguel Rodrigues (bateria e percussão). Tentando reinventar-se, acaba por explorar uma nova linguagem, criando assim uma série de canções que amotinam os alicerces da música pop e inquietam quem as ouve, pelo constante salto ao rock e folk, sem largar a mão do noise e do prog rock.
O resultado é “Os miúdos estão bem“, disco de estreia editado no passado dia 15 de Setembro e descrito abaixo faixa a faixa.
Esta canção inicia o disco e foi para mim marcar um tom ou um mood que acompanhasse o disco todo. Nesta música sinto a confirmação de que os miúdos não estão bem e é isso que quis transmitir mesmo o primeiro momento da narrativa! Foi uma canção feita com este propósito, a parte inicial em instrumental foi algo que mexeu muito connosco, pois sentíamos essa secção muito vazia e experimentamos adicionar imensas camadas e testamos imensas coisas. As primeiras versões tinham uma guitarra com e-bow a fazer umas melodias, mas nunca nos satisfez porque sempre que adicionávamos, sentíamos que estava a mais! No final deixamos ficar apenas a guitarra e a percussão e tentamos adicionar as respirações! Foi a opção mais simples que funcionou, e agora nem imagino a canção de outra forma!
Esta canção fala sobre o medo do tempo e sabendo que não volta porque é que ele é tão importante! É uma tentativa de aceitar um medo profundo!
A paranóia é das canções que mais gosto de tocar ao vivo! Toda a estrutura da canção surgiu de um improviso enquanto tocávamos e testávamos coisas, só depois do instrumental e da estrutura estar minimamente assente é que comecei a concluir uma letra! No início desta música só tinha os primeiros versos da canção e não sabia muito bem sobre o que é que ela falava até que comecei a dar por mim a cantar as partes finais da canção e então a música revelou-se e disse-me que queria falar de amor e de que esta é a solução para a paranoia que menciono inicialmente! É uma música muito importante onde transmito que no meio de tanto caos é possível respirar.
A canção da lua é ela própria um ciclo (pois na prática são 4 acordes que se repetem) e fala também sobre um ciclo! A noite revela em nós os seres mais imprevisíveis e apesar de não nos perceber bem, faz-nos ser outra coisa. A música conta uma história e reflete sobre ela no refrão chegando à conclusão de que também é preciso ser imprudente.
Esta é a minha canção preferida! A parte dos “lalala” aconteceu porque não tinha mais nada para escrever e faltava preencher essa parte da música. Cantei essa melodia para não me esquecer e depois preencher com letra, mas acabei por não achar necessário e ficou essa a letra. Foi só chamar uns amigos para cantar connosco, coisa que a canção pediu imediatamente, e a coisa ficou fantástica. É aquela parte que me deixa nostálgico, mas com esperança depois de ouvir a parte inicial tão melancólica. Originalmente quando compus esta canção não sabia os acordes para o refrão então quando a compus e gravei o primeiro demo, tive que cantar a parte da guitarra e tentar fazer letra ao mesmo tempo… tipo aquele fã que canta as partes todas de uma canção! Foi aí que a canção que revelou para mim pois no meio desses balbucios saiu a frase “para que pensar” que logo a seguir mudei para “para quê voltar”.
Esta canção para mim é uma surpresa, não estava à espera de que a Teresa que veio fazer voz trouxe-se um adufe pois segundo ela sentiu que a música pedia e chamava por um. A verdade é que ainda bem que o fez, pois, o resultado está à vista! Sabia que queria terminar a canção voltando à vertente mais noise e caótica do disco e sinto que o resultado está bem conseguido e de uma forma muito contida, a parte final é um solo de bateria do Miguel sobre uma guitarra acústica que na altura em que ele gravou era a única coisa que tínhamos como guia, e ele nem fazia ideia do que íamos fazer com aquilo!
Gosto muito. Tentei tornar esta canção no final épico que uma boa história precisa e estou satisfeito com o resultado. A letra é muito simples e fala sobre uma procura interior e mais uma vez utiliza o amor como justificação para as coisas e reconhece-o como uma parte fundamental da vida.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)