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Este disco, ao contrário do anterior, e tal como os elementos da capa o apresentam, assentou no conceito de cada música ter uma personalidade própria (ao nível estético e musical) e não seguirem propriamente uma fórmula nem uma mesma forma de pensar ou compor.
O tema de abertura do disco é o que faz a ponte entre a sonoridade do disco anterior (Too Much Flu Will Kill You, de 2016) e este disco, embora não tenha sido composta com isso em mente. Curiosamente é a música mais antiga do disco, o primeiro esquisso surgiu já em 2018 e foi tomando várias formas e estruturas diferentes até chegarmos a este resultado final. A ideia foi sempre ter um verso mais descontraído e aplicar mais força e tensão no refrão.
Diria que é a nossa Bohemian Rhapsody, no sentido que é uma música sem uma estrutura clássica e que passa por sonoridades e estéticas diferentes entre si. A parte final é a primeira aproximação da banda à música elétronica cheia de arpeggiators e com uma drum machine a acompanhar a bateria acústica. Provavelmente a música que mais trabalho nos deu a compor e ao mesmo tempo das que mais nos orgulhamos.
A balada do disco. Com claras influências dos 80’s e um refrão a meio tempo. Tivemos de retirar sintetizadores antes de seguir com a música para a mistura, tínhamos à volta de 15 pistas só de teclas. O solo final de guitarra vai buscar também um pouco de influência ao primeiro disco e ao som “clássico” dos The Miami Flu. A letra fala-nos de uma relação entre músicos e de uma inveja provavelmente saudável entre eles.
Esta é a música com um sabor mais distinto do disco (dizemos nós, pelo menos) e é a única que usamos piano. É engraçado porque não sei bem explicar como chegamos até ao resultado final desta música, simplesmente seguiu esta direcção sem que realmente quiséssemos que ela fosse por este caminho. A escrita versa precisamente sobre o que o título diz, vergonha (e inibição).
Quisemos dar uma introdução trippy e longa a esta música com um dedilhado de guitarra em loop que vai distorcendo a cada compasso para introduzir quem ouve a este ambiente específico. É o tema mais negro do albúm e fala-nos sobre perder o medo e vergonha para simplesmente assurmirmos o que realmente somos, sem reservas. A secção final mistura uma bateria de hip-hop (provavelmente das que soam melhor no disco inteiro) com a parte psicadélica e dark.
Muito, muito rhodes nesta. Utilizamos um efeito semelhante à Do You Feel at Ease com um refrão a meio tempo para causar impacto. A única com mudanças de compasso e tom ao longo da música. Melancólica que chegue.
Fechamos com este tema com refrão instrumental. É sobre alguém vindo do futuro que viaja para o nosso tempo e nos conta a sua história. Inicialmente a música tinha uma vibe completamente diferente, mais veranesca, mantivemos apenas a progressão de acordes e transformamos a música.
A Arte-Factos é uma revista online fundada em Abril de 2010 por um grupo de jovens interessados em cultura. (Ver mais artigos)